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Ato contra anistia em BH reúne 50 mil pessoas e ecoa críticas a Zema e Trump

Manifestação em Belo Horizonte teve foco na rejeição à anistia de golpistas do 8 de janeiro e críticas ao presidente dos EUA, Donald Trump

Manifestações contra a anistia (Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil)

247 - Milhares de pessoas ocuparam neste domingo (21) as ruas de Belo Horizonte em protesto contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Blindagem e contra o projeto que prevê anistia a condenados pelo ataque golpista de 8 de janeiro de 2023. A informação é do jornal O Tempo. Segundo os organizadores, o ato reuniu cerca de 50 mil manifestantes, que se concentraram na Praça Raul Soares e seguiram até a Praça da Estação, passando pela Praça Sete, região central da capital mineira.

O movimento foi marcado por discursos, performances artísticas e críticas a figuras políticas. A PEC, aprovada em primeiro turno pela Câmara dos Deputados na última quarta-feira (17/9), segue agora para análise no Senado. O texto dificulta a abertura de processos criminais e a prisão de parlamentares, enquanto outro projeto em tramitação tenta extinguir as penas de envolvidos nos ataques de 8/1, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos de prisão.

Música e protesto

No início do ato, a cantora Fernanda Takay, vocalista da banda Pato Fu, se apresentou em um dos trios elétricos. Antes de cantar, comentou sobre a atual conjuntura política: “É sempre pior do que a gente possa imaginar”, disse, referindo-se ao cenário no Congresso Nacional.

Um varal com fotos e nomes de deputados mineiros que votaram a favor da PEC chamou a atenção. Os parlamentares foram classificados pelos manifestantes como “traidores”. Entre os citados, estavam Nikolas Ferreira (PL) e Odair Cunha (PT).

Críticas a Zema e Trump

Durante o percurso, gritos de “sem anistia” e “Bolsonaro na prisão” ecoaram entre os participantes. Também houve espaço para ataques ao governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), com o coro de “Fora Zema”. O atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também foi alvo de críticas: “ai, ai, ai, se empurrar o Trump cai”, gritavam alguns grupos.

Por conta do protesto, uma das pistas das avenidas Amazonas e dos Andradas foi interditada, afetando o trânsito no centro da cidade.

Vozes do ato

A vereadora de Belo Horizonte Iza Lourença (PSOL) também discursou na Praça Raul Soares. “Tem gente que diz que há muitos bandidos na favela, mas tem bandidos é na Câmara Federal”, afirmou.

Entre os participantes, o fisioterapeuta Lucas Martins, de 29 anos, usava a camisa da seleção brasileira. Ele explicou sua motivação para ir às ruas: “É importante demonstrar nas ruas que não concordamos com o que está acontecendo no Congresso Nacional. E o troco virá nas eleições do ano que vem”.Já o ex-vereador Arnaldo Godoy (PT) destacou que a mobilização popular é fundamental diante do atual cenário. “Diante do que está acontecendo na Câmara dos Deputados, com a aprovação de um projeto que afronta a democracia, afronta a Constituição, o único caminho que a população brasileira tem é ir para as ruas”, declarou.

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