Com 37 mil na Paulista, bolsonarismo mostra fôlego menor que em 2024
Monitor da USP aponta 37,6 mil no ato deste domingo, número menor que os 44,9 mil de abril deste ano e os 185 mil de fevereiro de 2024
247 - A manifestação bolsonarista realizada neste domingo (3) na Avenida Paulista, em São Paulo, reuniu cerca de 37,6 mil pessoas no auge do ato, segundo medição do Monitor do Debate Político do Cebrap, da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a ONG More in Common. O número representa uma queda na adesão em comparação com alguns dos eventos anteriores da base bolsonarista — como o ato de abril deste ano, que levou 44,9 mil pessoas à avenida, e o de fevereiro de 2024, que reuniu 185 mil apoiadores no mesmo local.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não compareceu por estar impedido judicialmente de sair de casa aos finais de semana, conforme medida cautelar imposta pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele acompanhou o ato por videoconferência, mas não discursou ao vivo.
Outro desfalque importante foi o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Cotado como possível herdeiro político de Bolsonaro, Tarcísio se recuperava de um procedimento médico e não esteve presente nem enviou mensagem aos manifestantes. A ausência do governador frustrou apoiadores e lideranças que esperavam vê-lo como principal referência no evento, diante da impossibilidade de Bolsonaro estar fisicamente no local.
“Reage Brasil” e pedidos de anistia
Com o mote “Reage Brasil”, o ato teve como principais bandeiras a anistia a Bolsonaro e seus aliados investigados ou condenados por envolvimento na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes.
A manifestação também ocorre no contexto da crescente tensão entre o Judiciário brasileiro e os Estados Unidos. O governo Trump anunciou recentemente sanções contra Moraes, acusando o magistrado de violar liberdades fundamentais durante as investigações do plano golpista, das quais Bolsonaro é réu. A retórica dos organizadores reforçou a narrativa de censura e perseguição, comum em atos da base bolsonarista.
Ato esvaziado
A contagem do Cebrap/USP, feita com auxílio de drones e software de inteligência artificial, indica que o pico de público ocorreu às 15h33. A margem de erro de 12% aponta para uma presença entre 33,1 mil e 42,1 mil pessoas. Apesar do crescimento em relação ao ato do último dia 29 de junho, que havia reunido apenas 12,4 mil pessoas, o evento não marcou a retomada esperada pelos líderes, por ser menor que o de abril e os atos realizados no ano passado.
Este foi o oitavo ato organizado pelo núcleo duro do bolsonarismo desde 2022, e o primeiro com a ausência total de Bolsonaro e sem a participação ativa de outras lideranças nacionais da direita institucional.
Além de São Paulo, a mobilização incluiu manifestações em 62 cidades brasileiras, com maior concentração na região Sul, especialmente em Santa Catarina. Apesar disso, a estratégia descentralizada não compensou o esvaziamento visível na capital paulista, o que levanta dúvidas sobre a capacidade de mobilização da direita radical em um cenário sem Bolsonaro nas ruas.
Com informações do Metrópoles.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: