Petistas e bolsonaristas se dividem sobre impacto de Fux na pressão por anistia aos golpistas
Ministro deu munição à oposição ao reconhecer “incompetência absoluta” do STF e cerceamento de defesa
247 - Lideranças do PT na Câmara dos Deputados acreditam que o voto do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux no julgamento de Jair Bolsonaro (PL) não terá grande repercussão nas discussões sobre a anistia no Congresso Nacional, relata Igor Gadelha, do Metrópoles.
Segundo parlamentares petistas, a posição de Fux deve exercer pouca influência porque foi vencida pela maioria da Primeira Turma do STF, que já conta com votos pela condenação de Bolsonaro e de outros réus do chamado “núcleo crucial” do inquérito do golpe. A avaliação é de que, isolado, o ministro não conseguirá alterar a correlação de forças no debate legislativo sobre uma eventual anistia aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro.
Posição minoritária
Durante o julgamento, Luiz Fux votou pela anulação do processo contra Bolsonaro, acolhendo parte das preliminares apresentadas pelas defesas. Entre os argumentos aceitos, destacam-se o reconhecimento da “incompetência absoluta” do STF para julgar os réus e o cerceamento das defesas devido à suposta dificuldade de acesso às provas.
No entanto, a expectativa de integrantes do PT é que o ministro seja o único da Primeira Turma a se manifestar contra a condenação de Bolsonaro e da maioria dos acusados. Dessa forma, suas alegações não teriam peso suficiente para reforçar a pressão no Congresso, diferentemente do que defendem setores da oposição bolsonarista.
Narrativa da oposição
Enquanto petistas minimizam a influência do voto, parlamentares ligados a Bolsonaro consideram que a manifestação de Fux fortalece a tese de que o julgamento teria sido injusto. Para esses grupos, o posicionamento do ministro alimenta a narrativa política de perseguição ao ex-presidente e poderá ser usado como argumento a favor da anistia.
Ao admitir alguns pedidos das defesas, Fux acabou oferecendo subsídios ao discurso da oposição, que tenta mobilizar apoio dentro e fora do Parlamento.


