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Após radicalizar na Av. Paulista, Tarcísio mergulha em silêncio sobre julgamento de Bolsonaro

Governador adota contenção de danos após discurso inflamado contra o Supremo

Michelle Bolsonaro e Tarcísio de Freitas (Foto: Reuters/Amanda Perobelli)

247 - Após protagonizar um discurso inflamado no 7 de Setembro na Avenida Paulista, em que usou termos como “ditadura” e “tirania” contra o Supremo Tribunal Federal (STF), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), mudou de postura e adotou silêncio estratégico durante esta semana, relata o jornal O Globo.

Na semana marcada pelo julgamento de Jair Bolsonaro (PL) e de outros réus do 8 de Janeiro, Tarcísio tem se afastado de compromissos públicos e das redes sociais. Sua única participação externa ocorreu na segunda-feira (8), em um evento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), quando discursou em tom moderado a empresários e evitou contato com a imprensa. Nos dias seguintes, limitou-se a reuniões internas no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, sem conceder entrevistas.

Discrição nas redes e recuo após críticas

Desde o feriado da Independência, Tarcísio fez apenas uma publicação em suas redes, sobre uma operação policial na Favela do Moinho, no centro de São Paulo.

O tom discreto contrasta com a postura mais agressiva da semana anterior, quando esteve em Brasília defendendo a anistia para os condenados pelos atos golpistas, incluindo Bolsonaro. Segundo analistas políticos, a mudança é vista como tentativa de conter os danos do discurso de 7 de Setembro, considerado por ministros do STF “fora do tom institucional” e com potencial de prejudicar pontes de diálogo.

Um secretário próximo ao governador, ouvido sob anonimato, reforçou que o voto do ministro Luiz Fux no STF, favorável a teses defendidas por bolsonaristas, pode reacender o ímpeto político de Tarcísio:

“Depois do Fux, qualquer mal-estar sobre as falas do 7 de Setembro vai ficar em segundo plano”.

STF decide sobre escolas cívico-militares

Além do julgamento de Bolsonaro, outro tema de interesse direto de Tarcísio está em pauta no Supremo: o programa de escolas cívico-militares em São Paulo. A iniciativa, considerada uma vitrine de sua gestão e um aceno ao bolsonarismo, foi suspensa liminarmente pelo Tribunal de Justiça de São Paulo em 2023. Posteriormente, o ministro Gilmar Mendes cassou a decisão e liberou a implementação. Agora, caberá ao plenário virtual do STF decidir se mantém ou não a medida.

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