Motta diz que precisa de mais tempo para decidir sobre PL da dosimetria
Projeto da dosimetria pode beneficiar Jair Bolsonaro e gera impasse na Câmara, sem consenso entre PT, PL e Centrão
247 - O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse nesta quinta-feira (25) que precisa de mais tempo antes de definir a votação do projeto de lei da dosimetria, que substituiu a proposta de anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de Janeiro. o relator da proposta, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), vinha articulando a análise em plenário para a próxima terça-feira (30). No entanto, Motta ponderou que o tema ainda não conta com consenso entre os partidos.
“Não tenho uma temperatura precisa de como tem sido a conversa do relator, até porque ele não conversou ainda com todos os partidos, e eu não conversei com os líderes após a sua passagem de conversa com os deputados de cada bancada, de cada partido. Então eu preciso de um pouco mais de tempo para poder entender qual é o sentimento da casa e decidir sobre pautar ou não o projeto que está sendo relatado pelo deputado Paulinho da Força”, disse Motta de acordo com o Metrópoles.
Divergências entre os partidos
O PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, rejeita qualquer benefício aos condenados. O PL, partido de Jair Bolsonaro, considera a proposta insuficiente e defende uma anistia ampla, que contemple também o ex-mandatário. Já o Centrão teme desgaste político caso a proposta avance sem garantias de que o Senado a levará adiante.
Hugo Motta diz que não há impacto em outras votações
Ainda de acordo com a reportagem, Motta negou que a indefinição sobre o PL da dosimetria atrapalhe a votação de outras pautas. Ele citou como exemplo o projeto que prevê isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil, previsto para o dia 1º de outubro. “Não há vinculação da isenção do IR com qualquer outra pauta. O tema está maduro, a urgência foi aprovada”, ressaltou.
Relator admite impacto sobre Bolsonaro
O deputado Paulinho da Força afirmou, em reunião com parlamentares do PT, que a proposta de redução de penas pode alcançar Jair Bolsonaro. “Será uma redução de penas para mandar essa turma para casa. Se me perguntar: ‘reduz o Bolsonaro?’, reduz também. Não tem como tirar ele do relatório”, explicou. Paulinho destacou ainda que quem ocupou posição de mando ou financiou os atos golpistas de 8 de Janeiro terá penas maiores, em comparação aos demais condenados.
