Maioria dos réus deve acompanhar julgamento da trama golpista no STF de forma remota
Maioria dos acusados não deve comparecer presencialmente ao Supremo, embora haja expectativa sobre a presença de alguns nomes-chave
247 - Às vésperas do início do julgamento da chamada trama golpista, a maior parte dos réus do núcleo considerado central do caso sinalizou que não comparecerá presencialmente às sessões no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o G1, os acusados preferem acompanhar o processo de forma remota, pela televisão, representados apenas por seus advogados — já que não há obrigação legal para que estejam no tribunal.
A grande incógnita gira em torno de Jair Bolsonaro (PL), atualmente em prisão domiciliar por descumprir medidas restritivas impostas pelo Supremo, entre elas a proibição do uso de redes sociais. Advogados próximos a Bolsonaro recomendaram que ele não vá ao STF, mas aliados defendem que sua presença poderia representar uma demonstração de força política.
Durante o recebimento da denúncia, Bolsonaro havia indicado que não compareceria, mas acabou participando de uma sessão. Em junho, também esteve na Primeira Turma, ocasião em que foi interrogado pelo ministro Alexandre de Moraes sobre as acusações apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
O general e ex-ministro Walter Braga Netto, preso no Rio de Janeiro sob a acusação de tentar obstruir as investigações, deve acompanhar o julgamento pela televisão. Outros nomes de destaque, como o tenente-coronel Mauro Cid — ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator do esquema —, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional Augusto Heleno, também não devem comparecer presencialmente.
Entre os oito réus, a expectativa é que o general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, possa participar de ao menos uma sessão no STF. Já o deputado federal Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), ainda não confirmou se estará presente.
O Supremo reservou cinco dias e oito sessões para a análise do caso, que terá início na manhã desta terça-feira (2) e se estenderá até o dia 12 de setembro. O núcleo crucial da ação penal é acusado pela PGR de liderar uma organização criminosa que buscou manter Jair Bolsonaro no poder, mesmo após sua derrota nas eleições de 2022.Todos os réus negam participação em qualquer articulação golpista e pedem a rejeição da denúncia, alegando ausência de provas.