Lindbergh rejeita plano de Zambelli para escapar da Justiça com Lei Magnitsky e avisa que ela poderá perder mandato

247 - O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder da bancada do partido na Câmara, foi às redes sociais nesta segunda-feira (4) rechaçar o plano da deputada presa Carla Zambelli (PL-SP). Ela tenta escapar da Justiça após ter fugido e sido presa na Itália.

Condenada por invadir sistemas da Justiça Nacional, a extremista de direita articula, por meio de seus advogados de defesa, uma manobra para impedir sua extradição, alegando à Justiça italiana que sua condenação no Brasil foi determinada por um juiz enquadrado na Lei Magnitsky, no caso, Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). 

Para Lindbergh, a tentativa está fadada ao fracasso. Em postagem na plataforma X, ele afirmou que Zambelli inverte de forma "grotesca" a realidade, e não deve escapar dos processos que enfrenta no Brasil: 

A deputada condenada Carla Zambelli agora tenta escapar da Justiça brasileira invocando a “Lei Magnitsky” na Itália. Segundo integrantes do PL ouvidos pela imprensa, a estratégia de Zambelli é alegar à Justiça italiana que foi condenada por um juiz que teria sido “enquadrado” na Lei Magnitsky, numa tentativa de configurar perseguição política e evitar sua extradição, cumprindo a pena na Itália. Trata-se de uma inversão grotesca da realidade: quem burlou a lei, fugiu do país e forjou decisões judiciais quer se passar por vítima para manter mandato e impunidade.

Os ministros Barroso, Mendes, Moraes e Fachin reagiram com firmeza: usar a Lei Magnitsky contra um juiz do STF é interferência indevida e uma ameaça à soberania nacional. A tentativa de transformar uma criminosa condenada em mártir política, com apoio de parlamentares estrangeiros de extrema direita, é inaceitável e ofensiva à ordem constitucional brasileira.

Enquanto isso, a CCJ da Câmara já discute a perda de mandato de Zambelli, com previsão de votação ainda em agosto. A nossa bancada já apresentou petição pedindo o envio imediato do processo à Mesa Diretora, para formalizar a perda do mandato, como manda a Constituição. Quem foge da Justiça e ataca o Estado de Direito não pode seguir legislando nem no Brasil, nem à distância, nem por procuração.

Por ter dupla cidadania, Zambelli deixou o Brasil em maio deste ano para buscar asilo político em terras italianas após ser condenada pelo STF a 10 anos de prisão pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrido em 2023. A deputada também terá que pegar R$ 2 milhões em danos coletivos.

De acordo com as investigações, Zambelli foi a autora intelectual da invasão para emissão de um mandato falso de prisão contra Alexandre de Moraes. Segundo as investigações, o hackeamento foi executado por Walter Delgatti, que também foi condenado e confirmou ter realizado o trabalho a mando da parlamentar.

Após a fuga para a Itália, o governo brasileiro solicitou a extradição da deputada para o Brasil. O pedido de extradição de Carla Zambelli foi oficializado no dia 11 de junho pelo ministro Alexandre de Moraes. Em seguida, o pedido foi enviado pelo Itamaraty ao governo italiano.

A Advocacia-Geral da União (AGU) confirmou que adotará todas as medidas para conclusão do processo de extradição. (Com informações da Agência Brasil).