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Líder do PT acusa direita de transformar CPI em palco de "pirotecnia bandida"

Rogério Carvalho critica composição da CPI do crime organizado e alerta que a esquerda não pode abandonar o debate

Rogério Carvalho (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

247 - A CPI do crime organizado, que deve ser oficialmente instalada pelo Senado nesta terça-feira (4), já nasce cercada de polêmica. O líder do PT na Casa, Rogério Carvalho (SE), afirmou que a direita escalou para a comissão “o time número um da pirotecnia bandida”. Segundo o senador, o objetivo do bloco oposicionista seria transformar a investigação em um espetáculo político.

A declaração foi publicada pela Folha de S.Paulo, que destacou a tensão entre governo e oposição diante da instalação da CPI. O debate ocorre em meio à comoção nacional provocada pela operação policial do governo do Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho, considerada a mais letal da história do país.

Entre os principais nomes indicados pela direita estão figuras de forte projeção no campo bolsonarista: Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Magno Malta (PL-ES), Marcos do Val (Podemos-ES), Sergio Moro (União Brasil-PR) e Eduardo Girão (Novo-CE). O PL, segundo a reportagem, ainda articula com PP e Republicanos para que Marcos Rogério (PL-RO) assuma uma das vagas de suplente, enquanto Esperidião Amin (PP-SC) deve ocupar uma das cadeiras titulares.

Nos bastidores do Congresso, a avaliação é de que a CPI servirá de palanque político para a direita, que tenta reconquistar espaço diante da alta popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. Flávio Bolsonaro desponta como o nome preferido do grupo para presidir a comissão, embora outros aliados também sejam cogitados.

Do lado governista, o PT tenta manter protagonismo nas discussões. A legenda deve indicar Rogério Carvalho ou Fabiano Contarato (PT-ES) para representar a base aliada. Já o senador Alessandro Vieira (MDB-SE), autor do requerimento de criação da CPI, deve ser escolhido relator dos trabalhos.

Para Carvalho, é essencial que a esquerda enfrente o debate e não permita que a narrativa da oposição domine o cenário político. A CPI promete se tornar um dos principais focos de disputa política no Senado, refletindo o acirramento entre governo e oposição às vésperas de um novo ciclo eleitoral.

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