<p><b>247 - </b>A violência voltou a ocupar o centro das atenções no país, segundo pesquisa divulgada pela consultoria Genial/Quaest nesta quarta-feira (8). O levantamento mostra que 30% dos entrevistados consideram a insegurança a principal preocupação nacional.</p>
<h2>Principais preocupações da população</h2>
<p>Na sequência, estão problemas sociais (18%), corrupção (14%), saúde (11%) e educação (6%). Uma novidade registrada no estudo foi o surgimento do “medo de guerra”, mencionado por 3% dos entrevistados — índice inexistente no levantamento anterior.</p>
<h2>Comparação com a pesquisa anterior</h2>
<p>Em dezembro de 2024, a economia aparecia em primeiro lugar, seguida pela violência, que somava 20%. Agora, a ordem se inverte: a insegurança subiu dez pontos, enquanto a preocupação econômica recuou cinco pontos percentuais.</p>
<p>A pesquisa da Genial/Quaest entrevistou 2.004 pessoas com 16 anos ou mais, em formato presencial, entre os dias 2 e 5 de outubro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.</p>

Paulo Emilio

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Brasil

Insegurança supera economia como maior temor dos brasileiros, diz Quaest

<p><b>Por Letycia Bond, repórter da Agência Brasil - </b>A Ocupação Matilha Cultural, na capital paulista, recebe a mostra Reformar – políticas de drogas, Restaurar – direitos e Recuperar – natureza, que tem por objetivo instigar o público a reconhecer a relação entre pautas ambientais e aquelas relacionadas aos narcóticos, à segurança pública, ao racismo e à arte.</p>
<p>Concebida no âmbito do projeto Intersecção, a instalação fica aberta ao público até 22 de novembro e tem curadoria da VIST Projects, com parceria da Matilha Cultural.</p>
<p>O Intersecção é articulado pela Iniciativa Negra e a Coalizão Internacional pela Reforma da Política de Drogas e Justiça Ambiental e consiste na promoção de conversas sobre problemas que afetam toda a população, mas atingem especialmente os grupos minorizados, como mulheres, LGBTQIA+, negros, indígenas e pessoas com deficiência.</p>
<p>A programação conta com uma exposição fotográfica sobre a Cracolândia, região da capital paulista que ficou conhecida por conta da quantidade de usuários de drogas, e sessões de cinema no Cine Matilha, com a exibição de filmes relacionados aos temas da mostra.</p>
<p>As fotos são do mexicano Yael Martinéz e do brasileiro Rafael Vilela, ganhador do POY-Latam 2025, importante premiação de fotografia documental.</p>
<p>Além disso, o público poderá participar de rodas de conversa com especialistas e estudiosos, oficinas e debates.</p>
<p>Ao apresentar arquétipos dos locais onde se produz e se consome a cocaína na América Latina, os coletivos propõem que os visitantes saiam do centro cultural com mais esclarecimento sobre o que está em cena, atualmente.</p>
<p>Um dos ganchos é a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorre em novembro, em Belém. Para garantir representatividade diante de tamanha complexidade, &nbsp;a curadoria chegou a dez arquétipos.</p>
<p>São dez relatos de personagens de diferentes contextos e lugares ao longo das regiões que integram a cadeia de valor da coca e da cocaína na América Latina: uma planta de coca; uma coletora de coca afroboliviana; uma defensora de terras indígenas; o Rio Amazonas; uma pessoa que trabalha em um laboratório de cocaína; uma ribeirinha; a onça-pintada; um vendedor de drogas; um usuário de cocaína e uma fiscal da autoridade portuária.</p>
<p>Na segurança pública, um dos principais desafios da atualidade são as facções, que enriqueceram com o tráfico de drogas ilícitas. A América do Sul atrai narcotraficantes, por ser a região que abastece a produção mundial da droga.&nbsp;</p>
<p>"É como se as facções brotassem do nada. A gente sabe que elas se capitalizaram muito em cima das drogas proibidas", afirma a militante Rebeca Lerer, que é coordenadora do Intersecção e representante latino-americana em uma coalizão que propõe a reforma das políticas sobre drogas – International Coalition on Drug Policy Reform and Environmental Justice.</p>
<p>Para Lerer, algumas pontas dessas temáticas ainda ficam soltas, o que impede o país de avançar.</p>
<p>"Acho que tem muito trabalho acadêmico que diagnostica os sintomas, os efeitos, as consequências: o encarceramento, a violência policial, a corrupção de agentes públicos, mas não foca nas causas. E uma das causas é a política de proibição, que, nitidamente, só tem como principal resultado esse mercado transnacional armado e extremamente poderoso, cada dia mais", diz.&nbsp;</p>
<p>"Nosso trabalho é tentar mudar o eixo para essa discussão, sair desse debate de 'se usar droga é bom ou ruim', 'se é certo ou errado', porque para isso cada um pode ter sua opinião, mas isso não muda o fato de que essa política não está funcionando. Nem para proteger as pessoas, nem para proteger as instituições, os territórios, nem para impedir que esse dinheiro sirva para fortalecer essas organizações criminosas."</p>
<h2>Programação</h2>
<p>Inaugurada em 23 de setembro, a mostra também terá apresentações de diversos artistas como o rapper Dexter, o grupo Pagode na Lata; Linn da Quebrada, Família Tamarineira, DJ KL Jay, Ti.ram.ba.ço e a banda Aláfia.</p>
<p>A jornalista Cecília Olliveira vai lançar seu livro Como nasce um Miliciano, no dia 1º de novembro, às 19h.</p>
<p>Para conferir a programação completa e retirar os ingressos gratuitos para as atividades, clique aqui.&nbsp;</p>
<p>Para as atividades realizadas no espaço do Cine Matilha, a retirada de ingressos será por ordem de chegada.</p>
<p><b>Serviço</b></p>
<ul>
  <li>Mostra Reformar - políticas de drogas, Restaurar - direitos e Recuperar - natureza</li>
  <li>Até 22 de novembro das 14h às 20h, de terça a domingo</li>
  <li>Visitas monitoradas: das 14h às 20h, de terça a sábado</li>
  <li>Matilha Cultural | Rua Rêgo Freitas, 542 - República&nbsp;</li>
  <li>Ingressos: via Sympla</li>
  <li>Entrada gratuita</li>
  <li>Menores de 18 anos devem estar acompanhados de um responsável.</li>
  <li>Acessibilidade para pessoas com locomoção restrita.</li>
</ul>

Guilherme Levorato

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Política de Drogas

Exposição em São Paulo aborda política sobre drogas na América Latina

<p><b>247 - </b>O governo de São Paulo apresentou à Assembleia Legislativa (Alesp) o projeto de Lei Orçamentária para 2026 com uma forte redução nos recursos voltados ao enfrentamento do crime organizado. A proposta prevê R$ 325,8 milhões para ações de combate, valor equivalente a menos da metade do que havia sido autorizado neste ano, quando a cifra alcançou R$ 666,4 milhões.</p>
<p>A informação foi divulgada pelo <a href="https://www.metropoles.com/sao-paulo/governo-reduz-verba-crime-organizado">Metrópoles</a>, que destacou a contradição entre a queda no orçamento e a manutenção da meta do governo de adquirir mais de 60 mil equipamentos, veículos e armamentos para reforçar a segurança. O projeto ainda será debatido pelos deputados estaduais e precisa ser votado até dezembro.</p>
<h2>Violência e infiltração do PCC</h2>
<p>A proposta do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi apresentada em meio a um cenário de crescente violência atribuída ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Menos de um mês antes do envio da LOA, o ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes foi assassinado a tiros em Praia Grande, em uma execução atribuída a integrantes da facção. No fim de 2023, outro crime de grande repercussão havia exposto a atuação do grupo: o homicídio do delator Vinícius Gritzbach no Aeroporto de Guarulhos, com a participação de policiais.</p>
<p>As investigações sobre esse episódio revelaram infiltração do PCC dentro da própria Polícia Civil paulista. Além disso, operações recentes do Ministério Público de São Paulo (MPSP) indicam que a facção ampliou sua influência para setores da economia formal, incluindo o mercado financeiro, evidenciando um nível de atuação cada vez mais sofisticado.</p>
<p>Embora os recursos destinados diretamente ao combate ao crime organizado tenham sido reduzidos, a LOA prevê um orçamento total de R$ 21,2 bilhões para a Secretaria da Segurança Pública (SSP) em 2026, um crescimento de 3% em relação ao previsto para 2025. Esse montante já havia registrado um aumento de 11% em relação ao ano anterior.</p>
<h2>O que diz o governo</h2>
<p>Em nota, a Secretaria da Segurança Pública ressaltou que a prioridade no combate às facções continua. Segundo o órgão, “desde o início de 2023 até agosto deste ano, foram mais de R$ 1,1 bilhão destinados a ações de combate ao crime organizado, sendo R$ 615 milhões já empenhados”.</p>
<p>A pasta também afirmou que houve reforço no orçamento geral da SSP: “O orçamento da Secretaria da Segurança Pública foi ampliado em mais de R$ 580 milhões na comparação entre a LOA 2025 e a PLOA 2026, reafirmando o compromisso do governo com o combate à criminalidade e a proteção da população”.</p>
<p>O comunicado acrescenta ainda que os recursos para a segurança podem ser complementados com emendas parlamentares, convênios com a União e valores recuperados em operações contra lavagem de dinheiro.</p>
<h2>Debate na Alesp será decisivo</h2>
<p>O texto encaminhado por Tarcísio de Freitas ainda passará pela análise dos deputados estaduais, que podem alterar os valores e destinações antes da votação final. O tema deve gerar intensos debates, já que a redução de recursos para combater diretamente o crime organizado ocorre em um momento em que a facção paulista amplia sua presença dentro e fora do país.</p>

Sudeste

Tarcísio reduz verba para combate ao crime organizado em SP

<p><b>247 - </b>Depois de semanas de turbulência e desgaste político, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), tenta reposicionar sua liderança no Congresso. Para isso, apostou em uma pauta de apelo popular: a segurança pública. Na terça-feira (30), acelerou a tramitação de oito projetos na área e articulou a votação, já nesta quarta-feira (1º), da proposta que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil mensais.</p>
<p>Segundo o jornal <a href="https://oglobo.globo.com/politica/noticia/2025/10/01/motta-tenta-virar-a-pagina-da-pec-da-blindagem-com-pacote-de-seguranca-e-encontro-com-lula-e-alcolumbre.ghtml">O Globo</a>, a estratégia de Motta ocorre após a rejeição da chamada PEC da Blindagem pelo Senado, que gerou forte reação popular e expôs fragilidades em sua condução política. O texto previa mecanismos de proteção a parlamentares diante de ações da Justiça, mas foi rapidamente arquivado, levando deputados e o próprio presidente da Câmara ao centro de manifestações que se espalharam pelas capitais há dez dias.</p>
<h2>Virada de página após a PEC da Blindagem</h2>
<p>A derrota da PEC deixou o ambiente da Câmara paralisado e pressionou Motta a reagir. Parlamentares do Centrão cobravam retaliação ao Senado pelo arquivamento, enquanto a oposição insistia em avançar com anistia ampla aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro — discussão que acabou restrita à redução de penas. Nesse cenário, Motta decidiu apostar em projetos de segurança como forma de recuperar prestígio e mostrar capacidade de articulação.</p>
<p>Na terça, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou um texto que limita decisões monocráticas e restringe a atuação de partidos pequenos no Supremo Tribunal Federal (STF), evidenciando o clima de enfrentamento entre Legislativo e Judiciário.</p>
<h2>Endurecimento penal e novos crimes</h2>
<p>O pacote de segurança aprovado em regime de urgência prevê aumento de pena para homicídio de policiais e a criação de um novo tipo penal: o “domínio de cidades”, conhecido como “novo cangaço”. Essa modalidade de crime, caracterizada por ataques armados a municípios, como os registrados em Criciúma (SC), em 2020, e Araçatuba (SP), em 2021, poderá ser punida com reclusão de 12 a 30 anos.</p>
<p>Outro projeto amplia as punições para homicídios e lesões corporais contra agentes de segurança. Atualmente, o homicídio simples prevê de 6 a 20 anos de prisão; a nova proposta eleva o teto para 30 anos quando a vítima for policial ou servidor público. Já no caso de lesão corporal, a pena poderá ser dobrada.</p>
<p>Além disso, as medidas incluem mudanças na Lei de Organizações Criminosas, a criação do crime de “obstrução da Justiça”, redução do prazo de 24 para 12 horas para apresentação de autos de prisão em flagrante ao juiz e aumento da fatia da arrecadação das apostas esportivas destinada à segurança pública, de 2,55% para até 5%.</p>
<h2>Articulação política com Planalto e Senado</h2>
<p>Na mesma terça-feira, Motta esteve no Palácio do Planalto para discutir a pauta com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). O encontro serviu para alinhar a votação da proposta do Imposto de Renda, considerada estratégica tanto pelo governo quanto pelo Legislativo.</p>
<p>Durante cerimônia no Planalto, Lula elogiou o Congresso:</p>
<blockquote>“Duvido que em algum lugar do mundo um Congresso votou tantos projetos em um só tempo e o presidente tenha assinado cinco projetos em meia hora. Quem diz que deputado e senador não trabalham precisa reavaliar o discurso”, afirmou.</blockquote>
<p>O presidente destacou ainda a relação com o Parlamento:</p>
<blockquote>“Poucas vezes na História tivemos uma relação exitosa com a Câmara e o Senado como temos aqui. Às vezes há divergências, mas, na essência, o Congresso Nacional votou tudo aquilo que a gente precisava”.</blockquote>
<h2>Peso eleitoral e desafio de liderança</h2>
<p>O texto do Imposto de Renda, relatado por Arthur Lira (PP-AL) e apoiado pelo Planalto, é visto como prioridade e também como oportunidade para Hugo Motta mostrar resultados concretos. Deputados avaliam que impedir que o Senado assuma protagonismo nessa pauta será fundamental para reforçar sua imagem de liderança.</p>
<p>Após a crise da PEC da Blindagem, cada movimento do presidente da Câmara passou a ser acompanhado de perto por aliados e opositores. A percepção dominante é que Motta entra agora em uma fase decisiva, na qual sua capacidade de manter apoio interno e de garantir entregas com impacto eleitoral será testada a cada votação.</p>

Brasília

Motta aposta em segurança e isenção do IR para recuperar força após a PEC da Blindagem

<p><b>247 - </b>Uma operação integrada das polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro, em conjunto com o Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), prendeu nove pessoas nesta segunda-feira (29). A ação teve como foco o combate à expansão territorial do Comando Vermelho em áreas estratégicas da capital.</p>
<p>De acordo com o <a href="https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2025/09/29/operacao-conjunta-contra-a-expansao-do-trafico.ghtml">g1</a>, a força-tarefa cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão expedidos pela 2ª Vara Criminal de Jacarepaguá nas comunidades da Gardênia Azul e da Cidade de Deus, na Zona Sudoeste do Rio.</p>
<h2>Participação de tropas de elite</h2>
<p>A ofensiva mobilizou equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), unidades de elite da polícia fluminense. A operação também teve apoio da Polícia Civil do Estado do Pará.</p>
<h2>Prisões e apreensões</h2>
<p>Até a última atualização da reportagem, nove suspeitos haviam sido detidos. Drogas e armas foram encontradas em um carro durante a ação.</p>
<p>As autoridades destacaram que a ação permanece em andamento e novas informações devem ser divulgadas conforme o avanço das investigações.</p>

Operação no Rio prende nove suspeitos do Comando Vermelho

<p><b>Agência Brasil</b></p>
<p>A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) do Ceará anunciou nesta sexta-feira (26) a prisão de um homem suspeito de participação <a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2025-09/ataque-tiros-em-escola-no-ceara-deixa-2-alunos-mortos-e-3-feridos">no homicídio de dois estudantes da Escola Estadual Luís Felipe, em Sobral.&nbsp;</a></p>
<p><b>O suspeito, que não teve o nome divulgado, foi preso em flagrante no bairro Sumaré. </b>Durante a operação, a Polícia Civil também apreendeu celulares e uma moto que estava com o acusado.&nbsp;</p>
<p><b>De acordo com a secretaria, o suspeito tem passagem pela polícia e já responde por outro homicídio, além dos crimes de roubo, associação criminosa e corrupção de menor.&nbsp;</b></p>
<p>O secretário de Segurança do Ceará, Roberto Sá, informou que a prisão foi feita com base em informações de inteligência policial e no trabalho dos policiais civis, que iniciaram a investigação imediatamente após o crime.&nbsp;</p>
<p>“<b>A motivação [do crime] será descoberta com os depoimentos e diligências que estão sendo feitos. </b>Importante ressaltar que, após o fato, a polícia de Sobral iniciou uma caçada a esse criminoso. E, devido a essa mobilização, ele não conseguiu fugir para mais longe”, afirmou.&nbsp;</p>
<p>O crime ocorreu na quinta-feira (25), quando as vítimas foram alvo de tiros no estacionamento da escola, localizada no bairro Campo dos Velhos.&nbsp;</p>
<p>De acordo com a secretaria, foram apreendidos no local do crime grande quantidade de drogas, balança de precisão e embalagens.&nbsp;</p>

Redação Brasil 247

Suspeitos atiram contra escola em Sobral (CE)

Nordeste

Polícia prende suspeito de homicídios em escola no Ceará

<p><b>247 - </b>O jornal <a href="https://www.estadao.com.br/politica/blog-do-fausto-macedo/o-crime-como-concessao-estatal/?utm_source=estadao:app&amp;utm_medium=noticia:compartilhamento">O Estado de S. Paulo</a> publicou um artigo que alerta para o avanço da criminalidade a partir da infiltração nas estruturas estatais. O texto faz parte do livro “Segurança Pública. O Brasil livre das máfias”, de autoria do jurista e advogado Walfrido Warde e do promotor de Justiça Lincoln Gakiya, que será lançado ainda neste ano pela editora Contracorrente. A análise revela como o crime organizado se fortalece ao transformar a máquina pública em uma espécie de concessão estatal.</p>
<p>Segundo o trecho do livro, nenhuma organização criminosa é capaz de resistir ao poder do Estado quando há vontade política real e uso adequado dos recursos institucionais. Entretanto, quando agentes públicos são corrompidos, a estrutura estatal deixa de combater o crime e passa a servi-lo, enfraquecendo a segurança e a justiça.</p>
<h2>A captura do Estado pelo crime</h2>
<p>As máfias atuam de forma estratégica para infiltrar “amigos” em posições-chave. Policiais, agentes penitenciários, promotores, juízes, parlamentares e até integrantes do Executivo podem ser cooptados. Muitos chegam a cargos de poder financiados por recursos ilícitos, o que compromete sua atuação.</p>
<p>Ainda que não seja a maioria, uma pequena parcela de agentes corrompidos já é suficiente para enfraquecer o sistema de combate ao crime organizado. O resultado é um Estado que simula enfrentar as máfias, mas na prática mantém um combate seletivo ou ineficaz.</p>
<h2>O risco de um narcoestado</h2>
<p>Grande parte dos lucros obtidos pelo tráfico de drogas e outras atividades ilícitas é usada para sustentar essa rede de proteção institucional. Assim, agentes são pagos para ignorar crimes, abrandar punições ou reinterpretar leis em benefício dos criminosos.Ainda conforme os autores, esse processo pode levar à condição de narcoestado, em que não há mais distinção entre governo, economia, sociedade e crime.&nbsp;</p>

Infiltração criminosa transforma Estado em concessão das máfias

<p><b>247 – </b>O presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli, que se coloca como pré-candidato ao governo do Distrito Federal, concedeu entrevista ao <i>Correio Braziliense</i> neste domingo (21). Na conversa, ele reafirmou sua defesa de uma frente ampla popular e democrática, destacou críticas ao legado do bolsonarismo e expôs sua visão sobre segurança pública, alianças políticas e o futuro de Brasília.</p>
<p>Cappelli defendeu a construção de uma ampla coalizão que una setores progressistas contra o que chamou de “onda destrutiva” da extrema-direita. Segundo ele, é preciso superar divisões e priorizar a luta contra retrocessos democráticos e sociais. “Defendo a formação de uma frente ampla popular e democrática”, afirmou, ressaltando que seu campo político precisa caminhar junto ao PT, PCdoB, PSB e outras forças que compartilham esse horizonte.</p>
<h2>Segurança pública e integração com a União</h2>
<p>Questionado sobre os desafios da segurança no DF, Cappelli rejeitou a generalização de críticas às polícias e defendeu maior integração entre os serviços locais e federais. Para ele, a atuação conjunta da Polícia Civil, da PM e da Polícia Federal deve ser prioridade em um modelo de gestão mais articulado. Ele também enfatizou a necessidade de reajuste salarial justo para as forças de segurança, sem ceder a pressões eleitorais ou corporativas.</p>
<p>Cappelli lembrou sua trajetória de mais de duas décadas vivendo em Brasília e destacou que esse vínculo é essencial para compreender os problemas da capital. Contou episódios de convivência nas cidades satélites, ressaltou o uso diário do transporte público e afirmou que a experiência de “ouvir muito, falar pouco e aprender” será uma marca de sua campanha. “Brasília é um espaço de contrastes, que precisa de políticas públicas à altura de sua complexidade”, disse.</p>
<h2>Críticas ao bolsonarismo e PEC da Anistia</h2>
<p>Na entrevista, Cappelli foi duro ao avaliar a tentativa de setores ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro de buscar anistia para envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. Classificou a proposta como “PEC da Impunidade” e defendeu que o Brasil não pode normalizar a violência política. Para ele, o país precisa fortalecer as instituições e rejeitar qualquer tipo de conciliação que passe pela absolvição de crimes contra a democracia.</p>
<p>Ao ser perguntado sobre prioridades para um eventual governo, Cappelli citou investimentos em mobilidade urbana, habitação, educação e saúde, com foco em reduzir desigualdades e modernizar Brasília. Reforçou que seu objetivo é apresentar um projeto que una o desenvolvimento econômico com justiça social.</p>
<blockquote>“O Distrito Federal precisa de uma gestão que combine eficiência e sensibilidade social. O futuro passa pela reconstrução da confiança da população nas instituições”, concluiu.</blockquote>

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Ricardo Cappelli defende frente ampla e critica retrocessos bolsonaristas em entrevista

<p><b>247 -</b> Niterói registrou em agosto um feito inédito na área de segurança pública: não houve qualquer vítima de homicídio, latrocínio ou morte violenta ao longo do mês. É a primeira vez, desde o início da série histórica em 2003, que o município alcança esse resultado.</p>
<p>O dado foi divulgado pelo Observatório Municipal de Ordem Pública, com base em informações do 12º BPM e das delegacias locais. O levantamento é uma prévia dos números oficiais que serão consolidados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP).</p>
<p>De janeiro a agosto, o acumulado também é o menor já registrado para o período, representando queda de 29,41% em relação a 2024.</p>
<h2>Roubos em queda</h2>
<p>Além da marca histórica de zero homicídios, os crimes contra o patrimônio também tiveram redução.</p>
<ul><li> Roubos de rua: 68 registros em agosto, o menor índice para o mês desde 2003;</li><li> Roubos de veículos: 13 ocorrências, uma queda de 53% em relação ao mesmo período do ano passado;</li><li> Roubo de carga: índice zerado, repetindo o desempenho de agosto de 2024.</li></ul>
<p>No total, agosto somou 101 registros de todos os tipos de roubo, consolidando-se como o menor número para o mês em toda a série histórica.</p>
<h2>Gestão integrada</h2>
<p>A prefeitura atribui os resultados ao Plano Pacto Niterói contra a Violência, que combina ações de inteligência, monitoramento tecnológico, integração entre forças policiais e políticas de prevenção voltadas para a juventude.</p>
<p>“Vamos seguir firmes realizando os investimentos expressivos de Niterói e fazendo a gestão integrada de segurança pública em nossa cidade. Quero parabenizar a todos coordenadores do Pacto Niterói contra a Violência, a Polícia Militar, a Guarda Municipal, Segurança Presente, Polícia Civil e demais forças. É tempo de avançar por uma Niterói cada vez mais segura e com qualidade de vida para os cidadãos”, disse o prefeito Rodrigo Neves.</p>

Guilherme Paladino

Em feito inédito, Niterói tem zero homicídios em agosto e registra queda nos roubos

<p><b>247 - </b>Em Brasília, após receber o presidente do Equador, Daniel Noboa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (18) que o combate ao crime organizado na região não exige “classificar organizações criminosas como terroristas nem violar a soberania alheia”.&nbsp;</p>
<p>No pronunciamento, Lula também defendeu a regulação das plataformas digitais, ao alertar que “nossas sociedades estarão sob constante ameaça sem regulação das big techs”.&nbsp;</p>
<h2>Cooperação policial na amazônia</h2>
<p>Lula vinculou a mensagem a iniciativas recentes de integração transfronteiriça. “Em junho, o Brasil inaugurou em Manaus o Centro Internacional de Cooperação Policial da Amazônia, que vai fortalecer a coordenação no combate a ilícitos nessa região”, disse. O centro — oficialmente chamado de Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI Amazônia) — iniciou as atividades em 17 de junho, coordenado pela Polícia Federal, com foco em crimes transnacionais e possibilidade de integração de agentes dos países amazônicos.</p>
<p>Ao enfatizar a necessidade de atuação conjunta, Lula declarou: “Só conseguiremos combater as redes criminosas que se espalharam pela América do Sul agindo juntos”. O Brasil tem sustentado, em linha com sua legislação, que ampliar o rótulo de terrorismo a facções do crime organizado não é a via adequada. Por outro lado, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, determinou que o Pentágono prepare opções para o uso de força militar contra cartéis de drogas na América Latina e classificou organizações criminosas como terroristas.</p>
<h2>Recado a trump e defesa da soberania</h2>
<p>Num recado direto ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Lula afirmou: “Não é preciso classificar organizações criminosas como terroristas nem violar a soberania alheia para combater o crime organizado”. O governo brasileiro já havia rechaçado, em maio, uma sondagem da administração Trump para rotular facções brasileiras como terroristas, sob o argumento de que tal mudança não se ajusta ao marco legal nacional e poderia produzir efeitos contraproducentes.</p>
<h2>Big techs e combate ao crime na esfera digital</h2>
<p>O presidente também levou o debate para o ambiente online: “As redes digitais não devem ser terras sem lei, em que é possível atentar impunemente contra a democracia, incitar o ódio e a violência. Erradicar a exploração sexual de crianças e adolescentes é uma imposição moral e uma obrigação do poder público”. Ao tratar da regulação de plataformas, Lula reiterou que a resposta às ameaças digitais demanda marcos regulatórios e coordenação entre Estados, tema que deve seguir na pauta regional.</p>

América Latina

Em recado a Trump, Lula diz que 'não é preciso violar a soberania alheia para combater o crime organizado'

<p><b>247 - </b>O empresário René da Silva Nogueira Júnior, preso por suspeita de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes durante uma discussão de trânsito em Belo Horizonte, afirmou em audiência de custódia ter passado por uma “situação constrangedora” ao chegar ao Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) Gameleira. Segundo ele, agentes teriam feito comentários ofensivos sobre o crime e exigido que se agachasse repetidas vezes, informa o jornal <a href="https://oglobo.globo.com/brasil/noticia/2025/08/14/empresario-preso-por-matar-gari-em-bh-diz-passou-por-situacao-constrangedora-na-prisao-foi-fotografado-e-dormiu-no-chao.ghtml">O Globo</a>.</p>
<p>Durante o depoimento ao juiz Leonardo Vieira Rocha Damasceno, René disse que pretende relatar o caso ao secretário de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais, Rogério Greco, do governo de Romeu Zema: “Eu conheço o [Rogério] Greco e vou falar com ele depois que eu sair daqui, por causa disso”. O empresário também declarou ter sido fotografado sob custódia e que dormiu “no chão”. O magistrado determinou que a unidade prisional forneça colchão, garanta atendimento médico e medicamentoso, se necessário, e proíba registros fotográficos do detento.</p>
<h2>Decisão judicial e fundamentos da prisão preventiva</h2>
<p>O juiz Damasceno manteve a prisão em regime preventivo, atendendo a pedido do Ministério Público, e negou o relaxamento solicitado pela defesa. Segundo a decisão, havia “diversos elementos que fundamentam a legalidade” do flagrante, como a perseguição contínua do suspeito após o crime, com uso de câmeras, relatos de testemunhas e identificação da placa do carro. As testemunhas teriam reconhecido o empresário imediatamente, com base em suas características físicas — “claro, alto, forte” — compatíveis com as descrições iniciais.</p>
<p>O magistrado destacou que o crime foi cometido por motivo fútil, em plena luz do dia, contra um trabalhador que realizava um serviço essencial, o que representaria risco à ordem pública caso o acusado fosse liberado.</p>
<h2>Dinâmica do crime segundo a investigação</h2>
<p>O homicídio ocorreu na manhã de segunda-feira (11), no bairro Vista Alegre, região Oeste de Belo Horizonte. Testemunhas relataram que René se irritou com a breve retenção causada por um caminhão de coleta de lixo, ameaçou a motorista, manobrou o carregador da arma e disparou contra o gari Laudemir, atingindo-o no peito. A vítima foi levada ao Hospital Santa Rita, em Contagem, mas não resistiu.</p>
<p>Após o crime, de acordo com a Polícia Civil, o empresário foi para casa, passeou com os cães e seguiu para uma academia, onde foi abordado e preso. Durante buscas autorizadas pela esposa, a delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira, os policiais apreenderam uma pistola calibre .380, compatível com as munições encontradas na cena. A Corregedoria da corporação abriu investigação para apurar se o suspeito teve acesso à arma dela e se ela tinha conhecimento do crime. Em depoimento, a delegada negou qualquer envolvimento.</p>
<h2>Acusações e próximos passos</h2>
<p>René da Silva Nogueira Júnior vai responder por ameaça e homicídio qualificado por motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima. O caso segue sob investigação da Polícia Civil, que aguarda perícia para confirmar se a arma apreendida foi usada no crime. A empresa terceirizada para a qual a vítima trabalhava, a Localix Serviços Ambientais, classificou o caso como “violência injustificável” e lamentou a perda. O prefeito de Belo Horizonte também manifestou solidariedade à família do gari.</p>

Empresário preso por matar gari em BH relata "situação constrangedora" na prisão e diz conhecer secretário de Zema

<p><b>247 - </b>Um crime ocorrido durante a coleta de lixo em Belo Horizonte (MG) causou revolta e comoção. Segundo informações do <a href="https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2025/08/12/quem-e-o-empresario-suspeito-de-atirar-e-matar-gari-bh.ghtml">g1</a>, o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior é suspeito de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes após uma discussão no trânsito na manhã de segunda-feira (11). A vítima, que trabalhava em uma empresa terceirizada de limpeza, não resistiu aos ferimentos.</p>
<h2>Discussão no trânsito terminou em morte</h2>
<p>De acordo com testemunhas, Renê Júnior dirigia um carro elétrico quando encontrou um caminhão de lixo na rua. Ele exigiu que o veículo saísse para dar passagem, mesmo havendo espaço para manobra. A motorista recusou e o empresário teria ameaçado: “Se você esbarrar no meu carro, vou dar um tiro em você. Você duvida?”, relatou o sargento da Polícia Militar, Thiago Ribeiro.<br/>
Ao descer do carro, Renê atirou contra os garis. Laudemir foi atingido e socorrido por uma viatura da PM, mas morreu no hospital.</p>
<h2>Quem é o empresário acusado de matar o gari</h2>
<p>No Instagram, onde reúne quase 30 mil seguidores, Renê Júnior se apresenta como “Christian, husband, father &amp; patriot” (“cristão, marido, pai e patriota”). Em seu perfil profissional, afirma ter atuado em grandes multinacionais do setor alimentício e de bebidas e se intitula CEO da Fictor Alimentos.</p>
<p>A Fictor Alimentos LTDA confirmou que ele prestava serviços há duas semanas, mas já havia sido desligado. Já a Fictor Alimentos S/A negou qualquer vínculo empregatício com o empresário.</p>
<h2>Relação com a Polícia Civil de Minas Gerais</h2>
<p>Renê Júnior é casado com Ana Paula Lamego Balbino Nogueira, delegada da Polícia Civil lotada na Casa da Mulher Mineira desde março de 2022. A Corregedoria abriu investigação após o suspeito declarar que a arma usada no crime pertencia à esposa. A Polícia Civil instaurou procedimento disciplinar e inquérito para apurar a conduta da delegada, que não estava no local no momento do crime.</p>
<h2>Prefeitura de BH presta apoio à família</h2>
<p>A Prefeitura de Belo Horizonte informou que Laudemir trabalhava por meio de uma empresa terceirizada de limpeza e que está prestando apoio à família do gari assassinado. O caso segue sob investigação e, até o momento, a defesa de Renê Júnior não se manifestou.</p>

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