Governo Lula acelera pagamento de emendas, se reaproxima do Congresso e viabiliza pautas no Legislativo
Durante o recesso parlamentar, liberação de recursos cresceu 2,5 vezes e manteve ritmo elevado após encontro com líderes da Câmara e do Senado
247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) intensificou, durante o recesso parlamentar, a liberação de emendas para deputados e senadores, em um movimento que precedeu a reaproximação com o Congresso Nacional. Segundo levantamento divulgado pelo Metrópoles, a estratégia sinaliza a tentativa do Planalto de consolidar apoio político e abrir caminho para votações cruciais no segundo semestre.
Entre 17 de julho e 4 de agosto, período de 18 dias de recesso, o governo desembolsou R$ 2,9 bilhões em emendas parlamentares — média diária de R$ 162 milhões. Após a retomada dos trabalhos legislativos, até 11 de agosto, foram pagos mais R$ 881 milhões, com média diária de R$ 146 milhões. O ritmo representa um salto expressivo em relação à média de 2025, de R$ 63,7 milhões por dia, quase 2,5 vezes menor que o observado no recesso.
Emendas e articulação política
Historicamente, a liberação de emendas é utilizada pelo Executivo para consolidar apoio a projetos de interesse do governo. No curto prazo, três pautas estão no radar do Planalto:
- A Medida Provisória de socorro a empresas impactadas pelo tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump;
- O projeto que regulamenta redes sociais, previsto para ser enviado ao Congresso na próxima semana, motivado por denúncias de exploração infantil na internet;
- A proposta de isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, cujo relatório do deputado Arthur Lira (PP-AL) apontou obstáculos à aprovação.
Encontro para selar a trégua
Na terça-feira (12), Lula recebeu no Palácio da Alvorada o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), em reuniões separadas. Os encontros marcaram a retomada de diálogo após meses de tensão.
A relação vinha estremecida desde junho, quando divergências em torno do projeto das Eólicas Offshore e a resistência parlamentar à taxação de super-ricos alimentaram a crise. O impasse se agravou com a derrubada, pelo Congresso, do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), levando o Planalto a acionar o Supremo Tribunal Federal, que validou a medida.
O clima político também foi afetado pelo veto presidencial ao aumento do número de deputados e pela ocupação dos plenários da Câmara e do Senado por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), episódio que acabou funcionando como catalisador para a retomada das conversas entre Executivo e Legislativo.
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