Confira as próximas etapas do julgamento da trama golpista que envolve Bolsonaro e mais sete réus
Agora as defesas é que apresentarão suas alegações finais
247 - A Procuradoria-Geral da República (PGR) deu início à fase de alegações finais no inquérito da trama golpista, reiterando as acusações contra Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. É a última etapa antes do julgamento, e agora será a vez dos réus se manifestarem.
A defesa do tenente-coronel Mauro Cid, primeiro réu a apresentar defesa, por ter acordo de delação premiada, tem até 15 dias para entregar o documento com as alegações finais. São 31 réus e, assim como o militar, as pessoas que respondem a uma ação penal e integram o “Núcleo 1” terão 15 dias de prazo para as manifestações:
- Jair Bolsonaro
- Braga Netto (ex-ministro da Defesa)
- Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional)
- Anderson Torres (ex-ministro da Justiça)
- Paulo Sérgio Nogueira (ex-titular da Defesa)
- Alexandre Ramagem (deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência - Abin)
O ministro Alexandre de Moraes poderá determinar a produção de novas provas caso persistam dúvidas. Como relator do processo, essa decisão pode ser tomada de forma unilateral.
4. Julgamento
Após a fase de alegações finais e diligências (se houver), Moraes vai elaborar um relatório final e preparará seu voto. O julgamento será realizado pela Primeira Turma do STF, composta por:
- Cármen Lúcia
- Cristiano Zanin, que definirá a data do julgamento
- Luiz Fux
- Alexandre de Moraes
- Flávio Dino
5. Acusações contra o “Núcleo 1”
Os réus enfrentam as seguintes acusações:
- Golpe
- Abolição violenta do Estado Democrático de Direito
- Deterioração de patrimônio tombado
- Organização criminosa armada
- Dano qualificado pela violência ou grave ameaça
No caso de Alexandre Ramagem, serão julgadas apenas as três primeiras acusações.
Núcleos
Investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF), Procuradoria-Geral da República (PGR) e Supremo Tribunal Federal (STF) revelaram que os envolvidos na suposta tentativa de golpe estavam organizados em núcleos operacionais, com funções específicas para desestabilizar a ordem constitucional.
O Núcleo 1, considerado o centro da operação, teria atuado como o "Núcleo Crucial" de uma organização criminosa dedicada a obstruir o funcionamento dos Poderes da República e derrubar o governo eleito em 2022.
O Núcleo 2 concentrava assessores jurídicos e intelectuais que forneceram suporte teórico e legal para justificar a ruptura institucional.
Já o Núcleo 3 contava com a participação de militares de alta patente, que promoveram ataques ao sistema eleitoral e ajudaram a criar um cenário de instabilidade política – condição que, segundo o plano bolsonarista, facilitaria uma intervenção antidemocrática.
O Núcleo 4 foi encarregado de disseminar campanhas de desinformação, especialmente contra as urnas eletrônicas, com o objetivo de minar a confiança nas instituições e legitimar a tentativa de golpe.
As investigações demonstram que a articulação não foi um movimento espontâneo, mas um esforço estruturado e intencional para subverter a democracia brasileira.
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