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Aprovação do STF sobe após julgamento de Bolsonaro enquanto Câmara perde apoio

De acordo com o levantamento, a aprovação do STF cresceu de 43% para 46% em setembro, enquanto a desaprovação recuou de 49% para 45%

Paulo Gonet, Alexandre de Moraes e Jair Bolsonaro no STF - 10/06/2025 (Foto: Antonio Augusto/STF)

247 – A mais recente pesquisa Pulso Brasil-Ipespe, divulgada pela colunista Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo, mostra um movimento de recuperação na imagem do Supremo Tribunal Federal (STF) após o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e dos envolvidos na trama golpista, em contraste com a forte queda de apoio à Câmara dos Deputados.

De acordo com o levantamento, a aprovação do STF cresceu de 43% para 46% em setembro, enquanto a desaprovação recuou de 49% para 45% em relação ao mês de julho. O resultado sugere que a Corte, ao condenar os responsáveis pela tentativa de ruptura institucional, obteve maior respaldo de parte significativa da população.

Por outro lado, a rejeição ao STF continua altíssima entre eleitores de Bolsonaro: 93% desaprovam a atuação dos ministros e apenas 2% aprovam. Já entre os eleitores do presidente Lula, o movimento é inverso: 87% aprovam a atuação da Corte e somente 6% desaprovam.

Câmara em queda e “desgaste significativo”

Se o STF ganhou pontos, a Câmara dos Deputados seguiu o caminho oposto. A desaprovação ao trabalho da Casa disparou de 63% para 70%, enquanto a aprovação caiu de 24% para 18%. Segundo o cientista político Antonio Lavareda, que coordena a pesquisa, a PEC da Blindagem e o motim promovido por bolsonaristas após a condenação de Bolsonaro foram determinantes para esse “desgaste significativo”.

Os números refletem insatisfação generalizada: até entre os eleitores de Bolsonaro, 59% desaprovam a atuação dos deputados (ante 24% de aprovação). Entre os entrevistados que se declaram de direita, a desaprovação chega a 58%, enquanto 28% aprovam. Já entre os eleitores de Lula, o índice negativo dispara para 77%, com apenas 16% de aprovação.

Governo Lula registra melhora na percepção pública

O levantamento também aponta avanço da imagem do governo Lula. A aprovação subiu de 43% para 50%, enquanto a desaprovação caiu de 51% para 48%. O desempenho é amplamente positivo entre eleitores de esquerda, com 95% de apoio, e até mesmo entre os que se identificam como de centro, onde o governo aparece com saldo positivo: 49% de aprovação contra 45% de rejeição. Já entre os entrevistados de direita, 88% desaprovam e apenas 10% aprovam.

A análise por classe social revela diferenças marcantes: o governo é mais bem avaliado entre pobres (52% de aprovação) e classe média (51%), mas enfrenta forte rejeição entre os ricos, com 84% de desaprovação.

Senado mantém estabilidade

Ao contrário da Câmara, o Senado apresentou ligeira oscilação positiva. A aprovação subiu de 25% para 26%, enquanto a desaprovação caiu de 61% para 59%, dentro da margem de erro.

O levantamento ouviu 2.500 pessoas em todo o país entre 19 e 22 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

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