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      Ministro do Turismo deve deixar o governo em meio a pressões do União Brasil

      Celso Sabino teria decidido deixar o cargo após cobranças internas; partido deve oficializar saída da base governista na próxima semana

      Celso Sabino (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)
      Paulo Emilio avatar
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      247 - O ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil-PA), decidiu deixar o governo federal após intensas pressões de sua própria legenda. Segundo a coluna da jornalista Natália Portinari, do UOL, a permanência do ministro na Esplanada se tornou insustentável diante da ofensiva da cúpula partidária.

      Durante a semana, Sabino foi alvo de críticas de deputados do União Brasil em grupos internos de WhatsApp, onde chegou a rebater ataques, lembrando que vários parlamentares haviam indicado aliados para cargos em sua pasta desde que assumiu o ministério. Ainda assim, a cobrança de dirigentes nacionais do partido, como Antônio Rueda, presidente da sigla, teria pesado para que optasse por deixar o cargo.

      Além de Sabino, segundo a reportagem, o ministro André Fufuca (PP-MA), titular do Esporte, também está sob pressão. Tanto ele quanto o ministro do Turismo receberam ultimatos de suas respectivas lideranças partidárias — o senador Ciro Nogueira (PP-PI) no Progressistas e Antônio Rueda no União Brasil — para que escolhessem entre seguir no governo ou manter alinhamento total com suas legendas.

      No caso de Fufuca, a decisão deve ser tomada após conversa prevista com Ciro Nogueira na próxima semana. Já o União Brasil marcou reunião da Executiva nacional para oficializar a entrega dos cargos que ainda ocupa na administração federal.

      A avaliação de Sabino era de que manter-se no governo poderia fortalecer sua base no Pará, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem índices expressivos de apoio popular e deve seguir bem posicionado para as eleições de 2026. No entanto, a orientação da cúpula partidária foi de consolidar o União Brasil como uma força independente da direita, movimento considerado incompatível com a presença de ministros no primeiro escalão do governo.

      A federação que reúne União Brasil, PP e Republicanos conta hoje com 109 deputados e 14 senadores, formando um dos maiores blocos do Congresso Nacional. A estratégia mira ampliar sua influência legislativa sem vínculo direto com a Esplanada.

      Apesar da decisão de Sabino, outros dois ministros ligados ao União Brasil devem continuar em seus postos. Waldez Góes (PDT), ministro do Desenvolvimento Regional, e Frederico Siqueira, titular das Comunicações, ocupam as cadeiras por indicação direta do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e não foram incluídos na deliberação da Executiva nacional.

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