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      “Interferência dos Estados Unidos no Brasil é inaceitável", diz Lindbergh

      Líder do PT condena posição da Casa Branca e diz que Brasil não será neocolônia nem protetorado

      Lindbergh Farias (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) reagiu com indignação à manifestação do governo dos Estados Unidos contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que impôs prisão domiciliar a Jair Bolsonaro. Em postagem nas redes sociais nesta segunda-feira (4), o parlamentar criticou duramente a nota emitida pelo Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental, órgão do Departamento de Estado norte-americano, e alertou que o Brasil não aceitará pressões externas.

      “A interferência do governo dos EUA nos assuntos internos do Brasil é inaceitável. O Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental, órgão oficial do Departamento de Estado, ultrapassou todos os limites ao atacar o STF e o ministro Alexandre de Moraes, por cumprir seu dever constitucional”, escreveu Lindbergh. “A prisão domiciliar de Bolsonaro foi decretada por descumprimento de cautelares e não se trata de opinião, mas de decisão judicial amparada na Constituição”, acrescentou o deputado.

      O parlamentar lembrou que a postura norte-americana ocorre em sintonia com a retórica da extrema direita no Brasil. “O Brasil não será protetorado de luxo nem neocolônia da extrema direita internacional. A independência conquistada em 1822 não será revogada por pressão estrangeira nem por sanções ideológicas articuladas por Eduardo Bolsonaro e seus aliados no exterior. A justiça brasileira não será intimidada”, afirmou.

      Contexto da crise diplomática

      A reação de Lindbergh ocorreu após a Casa Branca, sob o governo do presidente Donald Trump, sair publicamente em defesa de Jair Bolsonaro. Em comunicado, o Departamento de Estado acusou o ministro Alexandre de Moraes de “violar direitos humanos” e de “usar instituições brasileiras para silenciar a oposição”. O texto também ameaçou responsabilizar “todos aqueles que auxiliarem e incentivarem a conduta sancionada” – referência direta à decisão judicial que restringiu a liberdade de Bolsonaro.

      A prisão domiciliar foi determinada porque o ex-presidente descumpriu medida cautelar que o proibia de utilizar redes sociais de terceiros. No domingo (3), durante manifestações da extrema direita, Flávio Bolsonaro (PL-RJ) divulgou um vídeo de seu pai, violando a ordem do STF. Poucas horas depois, o senador declarou à CNN que poderia haver “retaliação” dos EUA – sinalizando o alinhamento político entre a família Bolsonaro e Washington.

      Escalada de tensões

      A nota oficial norte-americana acirrou a crise diplomática entre os dois países e reforçou as suspeitas sobre a atuação de Eduardo Bolsonaro junto ao governo Trump para tentar interferir em processos judiciais no Brasil. O deputado é investigado em inquérito que apura a trama golpista e o uso de articulações internacionais para pressionar o STF.

      Lindbergh encerrou sua manifestação com uma mensagem de resistência: “A extrema direita quer usar Washington para sabotar o STF e interferir em julgamentos no Brasil. Não passarão!”.

      A posição do líder petista ecoa entre aliados do governo brasileiro e reforça a linha de defesa da soberania nacional diante de tentativas de ingerência estrangeira. Confira:

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