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Hapvida lança debêntures de R$ 3,65 bilhões para refinanciar dívidas e reforçar caixa

Em sua 10ª emissão, grupo de saúde busca reduzir vencimentos de curto prazo e otimizar estrutura financeira

Hapvida lança debêntures de R$ 3,65 bilhões para refinanciar dívidas e reforçar caixa (Foto: Reprodução)

247 - A Hapvida Participações e Investimentos S.A. (B3: HAPV3) aprovou sua 10ª emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, no valor total de R$ 3,65 bilhões (aproximadamente US$ 670 milhões), com vencimento previsto para outubro de 2033. A operação é destinada exclusivamente a investidores profissionais e foi registrada sob o regime automático da Resolução CVM 160, contando com garantia fidejussória da subsidiária Hapvida Assistência Médica S.A.

De acordo com o Brazil Stock Guide, a iniciativa faz parte da estratégia do grupo para fortalecer o gerenciamento do balanço patrimonial e otimizar sua estrutura de capital. O Banco Bradesco S.A. atuará como agente de registro e liquidação, enquanto a Pentágono DTVM será a instituição fiduciária responsável.

Reforço de caixa e alongamento da dívida

Os recursos captados com a nova emissão serão utilizados principalmente para o pré-pagamento das 2ª e 3ª séries de debêntures da companhia (HAPV22 e HAPV13), reduzindo o volume de vencimentos no curto prazo. O montante restante será direcionado ao reforço do caixa, em um momento em que a Hapvida busca reduzir a alavancagem e simplificar o perfil de endividamento, após a fusão com a NotreDame Intermédica.

Os títulos terão remuneração equivalente a 100% do CDI acrescido de 1,05% ao ano, com pagamento de juros semestrais em abril e outubro. A amortização ocorrerá em duas parcelas: 50% em 2032 e os 50% restantes em 2033.

Condições e garantias

Embora a emissão seja classificada como quirografária (sem garantias reais), há uma garantia fidejussória fornecida pela unidade de saúde do grupo. O resgate antecipado será permitido a partir de outubro de 2027, com prêmios decrescentes entre 0,60% e 0,05%, conforme o ano de exercício da opção.

Os papéis não possuem indexação à inflação nem previsão de reajuste, mas poderão ter vencimento antecipado em casos de inadimplência, insolvência, litígios judiciais ou mudança no controle acionário — que permanece sob a família Pinheiro Koren de Lima, controladora do grupo Hapvida.

Expansão e mercado de capitais em retomada

A operação reforça o movimento da Hapvida em direção à consolidação de uma estrutura de capital mais eficiente, em um cenário de estabilização do mercado privado de saúde no Brasil, que vem se recuperando após anos de pressão sobre margens e aumento de sinistralidade.

O plano estratégico da companhia para o biênio 2025–2026 prevê investimentos de R$ 2 bilhões (US$ 370 milhões) em todas as regiões do país, sendo metade desse valor concentrada na capital paulista e na região metropolitana de São Paulo.

A emissão também reflete a retomada gradual das captações corporativas sob a Resolução CVM 160, impulsionada por taxas de juros reais elevadas e pelo crescente apetite de investidores institucionais por títulos do mercado profissional.

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