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Trump teria gritado com Zelensky e alertado que a Ucrânia poderia ser destruída

Segundo o Financial Times, presidente dos EUA pressionou o líder ucraniano a aceitar acordo com a Rússia e afirmou que Putin poderia “destruir” a Ucrânia

Trump e Zelensky se reúnem na Casa Branca 18/08/2025 (Foto: REUTERS/Kevin Lamarque)

247 – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, protagonizou uma reunião marcada por gritos, xingamentos e tensão com o líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, em 17 de outubro, na Casa Branca. As informações foram divulgadas neste domingo (19) pelo jornal Financial Times, citado pelo portal RT Brasil. Segundo participantes do encontro, Trump insistiu repetidamente que a Ucrânia deveria aceitar os termos da Rússia para encerrar o conflito.

De acordo com o Financial Times, Trump alertou Zelensky de que a Ucrânia poderia ser “destruída” caso não buscasse um acordo com Moscou. “Se [Putin] quiser, ele vai destruir você”, teria dito o presidente norte-americano, segundo fontes presentes à reunião.

'Embate de gritos' e pressão por acordo com Moscou

Participantes do encontro descreveram a conversa como um “embate de gritos”, com Trump “xingando o tempo todo”. O presidente dos Estados Unidos afirmou que o conflito entre Rússia e Ucrânia seria uma “operação especial, e não uma guerra”, e declarou que Kiev estaria perdendo para Moscou.

Em certo momento, Trump empurrou os mapas apresentados por assessores e demonstrou irritação: “Esta linha vermelha, eu nem sei onde fica. Nunca estive lá”, teria dito. Fontes relataram que ele se mostrou impaciente com dados e gráficos exibidos ao longo da reunião.

Trump também argumentou que a economia russa está “indo muito bem”, apesar das sanções impostas pelo Ocidente, e passou boa parte da conversa pressionando Zelensky a aceitar um acordo para encerrar o conflito.

Desânimo entre aliados europeus

Ainda segundo as fontes ouvidas pelo Financial Times, “Zelensky ficou muito negativo” durante a reunião. Representantes europeus aliados da Ucrânia presentes ao encontro se mostraram “não otimistas, mas pragmáticos” sobre os próximos passos da guerra.

A Casa Branca e o gabinete de Zelensky foram procurados pelo jornal britânico, mas não comentaram os relatos.

Kremlin critica vazamento

A repercussão do encontro chegou a Moscou. O enviado especial da Presidência da Rússia para Cooperação em Investimentos e Economia, Kirill Dmitriev, criticou o vazamento dos “supostos detalhes” da conversa.

Em publicação na rede X, Dmitriev acusou a Ucrânia de “sabotar as discussões de paz e manipular a opinião pública”. Segundo ele, “a delegação ucraniana parece vazar todos esses supostos detalhes muito específicos para autoridades da UE/Reino Unido, que os vazam para a imprensa. Parceria de vazamentos para sabotar as discussões de paz e manipular a opinião pública, focando em alguns detalhes e ignorando outros”.

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