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EUA não podem entregar todas as suas armas à Ucrânia, diz Trump

Presidente afirma que não colocará os EUA em risco ao atender pedidos de armas de Zelensky e defende acordo comercial e solução negociada para a guerra

Volodymyr Zelensky - 13/8/2025 (Foto: REUTERS/Liesa Johannssen)

247 – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que não vai colocar em risco a segurança do país ao enviar armamentos para a Ucrânia se isso comprometer os interesses nacionais norte-americanos. As declarações foram dadas em entrevista publicada neste domingo e divulgada pela agência Sputnik International.

Trump disse: “Você sabe, nós não podemos entregar todas as nossas armas para a Ucrânia. Simplesmente não podemos fazer isso. E eu tenho sido muito bom com o presidente Zelensky e com a Ucrânia, mas nós não podemos entregar, se isso for nos deixar sem armas. Eu não quero fazer isso. Eu não posso colocar os Estados Unidos em risco.”

Ele também afirmou que há “grande potencial para comércio” entre os países e demonstrou expectativa por uma resolução do conflito. Trump reforçou que os Estados Unidos precisam manter seus próprios mísseis Tomahawk, apesar das solicitações vindas de Kiev.

Sem tropas dos EUA na Faixa de Gaza

Trump também declarou que não enviará militares norte-americanos para a Faixa de Gaza para combater o Hamas. “Nós não teremos tropas no terreno. Não há motivo para isso”, disse. Segundo ele, essa função poderia ser desempenhada por um “intermediário” ou por Israel, com apoio dos Estados Unidos.

Tarifas contra a China e encontro com Xi Jinping

O presidente afirmou ainda que impor uma tarifa adicional de 100% sobre produtos da China “não é sustentável” para a economia norte-americana, mas disse que Pequim “o forçou a tomar essa decisão”. “Não é sustentável, mas esse é o número… Eles me forçaram a fazer isso”, declarou.

Trump acusou a China de “tirar vantagem dos Estados Unidos por anos” e insistiu que é necessário alcançar um acordo comercial justo. Ele também disse que pretende se encontrar com o presidente chinês, Xi Jinping: “Vamos nos encontrar em algumas semanas. Vamos nos encontrar na Coreia do Sul, na verdade, com o presidente Xi e outras pessoas também”.

Contexto da guerra na Ucrânia

As declarações de Trump foram feitas enquanto o conflito segue intenso no leste europeu. Desde fevereiro de 2022, a Rússia realiza o que chama de “operação militar especial” na Ucrânia, declarando que o objetivo é proteger as regiões de Donetsk e Lugansk de ataques das forças ucranianas.

Nesta segunda-feira, Denis Pushilin, chefe da autoproclamada República Popular de Donetsk (DPR), afirmou que forças russas romperam uma linha defensiva ucraniana perto de Novopavlovka, no eixo de Krasnoarmeysk, e avançam em Yampol, com o objetivo de cortar rotas de abastecimento para Krasnyi Lyman.

Cenário político e geopolítico

As falas de Trump sinalizam uma postura mais cautelosa em relação ao envio de armamentos para a Ucrânia, priorizando os estoques militares e os interesses estratégicos dos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, o presidente norte-americano tenta se posicionar como mediador de conflitos e fortalecer sua influência nas relações com China, Rússia e Oriente Médio.

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