Trump se irrita com Netanyahu e teme sabotagem nas negociações de cessar-fogo
Washington avalia que ataques recentes podem comprometer tratativas para libertação de prisioneiros
247 - A Casa Branca está cada vez mais incomodada com a postura do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, informa o site Politico, citado pelo jornal The Times of Israel. De acordo com a publicação, a equipe do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, teme que os ataques de Israel contra lideranças do Hamas em Doha, no Catar, prejudiquem as negociações em andamento para um cessar-fogo e a libertação de prisioneiros.
Uma fonte identificada como “próxima à equipe de segurança nacional do presidente” afirmou que a ofensiva da última terça-feira (10), contra integrantes do alto escalão do Hamas no Catar pode ter sido deliberada para enfraquecer o processo de mediação. “Toda vez que eles fazem progresso, parece que ele bombardeia alguém”, declarou a fonte. “É por isso que o presidente e seus assessores estão tão frustrados com Netanyahu.”
Críticas públicas de Trump a Israel
O episódio motivou uma rara manifestação crítica de Trump em relação a um líder israelense. Embora o presidente tenha classificado o assassinato de dirigentes do Hamas como um “objetivo digno”, ele condenou o ataque no Catar, considerado um importante aliado dos Estados Unidos. Segundo a fonte, “essa foi a crítica mais pública que vi um presidente republicano fazer a um líder israelense em muito tempo”.
O Hamas, por sua vez, negou que seus líderes tenham sido mortos na ofensiva. Apesar disso, Washington teme que a escalada militar comprometa avanços obtidos nas tratativas conduzidas com mediação internacional.
Conversas estratégicas no Catar
Ainda conforme o Politico, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, manteve conversas com autoridades do Catar para ampliar a cooperação em defesa entre os dois países. A iniciativa ocorre em paralelo à pressão da Casa Branca para que Israel modere sua atuação militar e não inviabilize os esforços diplomáticos em curso.
A tensão marca um momento delicado das negociações, que buscam conciliar a segurança de Israel, a libertação de reféns e a estabilidade regional. Para Washington, o papel de Netanyahu será decisivo para definir se o processo avançará ou se entrará em colapso.
