Trump recebe Netanyahu na Casa Branca e pressiona por plano de paz em Gaza
Em meio a ofensiva em Gaza, Trump tenta convencer Netanyahu a aceitar proposta que prevê cessar-fogo e libertação de reféns
247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu nesta segunda-feira (29) o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para negociações decisivas sobre um plano de paz que busca encerrar quase dois anos de genocídio na Faixa de Gaza. O encontro ocorreu na Casa Branca, em Washington, em meio à crescente pressão internacional sobre Israel e a ofensiva militar em curso na Faixa de Gaza.
Segundo informações da agência Reuters, esta foi a quarta visita de Netanyahu a Washington desde o início do ano, um movimento estratégico para reforçar a principal aliança política de Israel. A reunião aconteceu poucos dias depois de vários países ocidentais reconhecerem formalmente o Estado da Palestina, em desafio às posições defendidas pelos EUA e por Israel.
Proposta americana para encerrar o conflito
O governo americano apresentou na semana passada, durante a Assembleia Geral da ONU, um plano de 21 pontos elaborado pelo enviado especial Steve Witkoff e por Jared Kushner, assessor de Trump no primeiro mandato. O documento prevê cessar-fogo imediato, libertação dos reféns em até 48 horas e retirada gradual das tropas israelenses de Gaza.
A proposta também inclui a retomada de um diálogo direto entre israelenses e palestinos para garantir “coexistência pacífica” e estabelece que Israel não deve realizar novos ataques ao Catar, aliado estratégico dos EUA e mediador em rodadas anteriores de negociação.
Trump declarou otimismo diante das chances de acordo. “Estou muito confiante”, disse o presidente ao ser questionado sobre o avanço das tratativas.
Avanço militar em Gaza e resistências políticas
Enquanto os líderes se reuniam em Washington, tanques israelenses avançavam no coração da Cidade de Gaza, em uma das maiores ofensivas recentes contra o Hamas. Netanyahu reiterou que seu objetivo é eliminar completamente o grupo.
Apesar do apoio público a Trump, há sinais de ceticismo dentro do governo israelense. Segundo diplomatas ouvidos pela Reuters, Tel Aviv apresentou objeções a pontos centrais do plano, entre eles a participação de forças de segurança palestinas na administração de Gaza após a guerra e a remoção de membros do Hamas do território.
Netanyahu também enfrenta forte pressão interna: pesquisas de opinião indicam desgaste crescente entre a população israelense, enquanto familiares de reféns cobram soluções rápidas. Ao mesmo tempo, o premiê corre risco de perder o apoio de ministros da ala ultradireitista caso aceite concessões vistas como excessivas.
Reações do mundo árabe e mediação internacional
Estados árabes, em sua maioria, sinalizaram apoio ao plano, mas aguardam possíveis ajustes após a conversa entre Trump e Netanyahu. O Egito demonstrou preocupação com a exclusão da Autoridade Palestina na administração de Gaza, exigindo garantias de que Israel cumprirá os termos acordados.
Já o Catar, que tem papel central como mediador indireto entre Israel e Hamas, enviou uma delegação a Washington para participar das conversas sobre os próximos passos.