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Israel intensifica ofensiva em Gaza: ataques dificultam chamadas de emergência e ajuda humanitária

Nas últimas 24 horas, a Força Aérea israelense informou ter atingido 140 alvos

Genocídio promovido por Israel destruiu a cidade de Gaza (Foto: Reuters)

247 - Tanques israelenses avançaram sobre bairros densamente povoados da Cidade de Gaza, agravando a crise humanitária e dificultando o resgate de feridos. Nas últimas 24 horas, a Força Aérea israelense informou ter atingido 140 alvos, incluindo o que chamou de infraestrutura militar, e combatentes. Ao menos 21 pessoas morreram neste domingo (28), segundo autoridades locais. O Ministério da Saúde de Gaza atualizou o número de mortos para 77 nas últimas 24 horas.

Tanques israelenses avançaram ainda mais sobre bairros residenciais da cidade de Gaza, como Sabra, Tel Al-Hawa, Sheikh Radwan e Al-Naser. Autoridades de saúde locais relataram dificuldades para atender dezenas de chamadas de emergência, expressando preocupação com os civis nas áreas atingidas.

Desde o início do conflito, há quase dois anos, após um ataque do Hamas que matou cerca de 1.200 pessoas e fez mais de 240 reféns, mais de 66.000 palestinos foram mortos, segundo autoridades de Gaza. Estima-se que entre 350.000 e 400.000 pessoas tenham fugido da cidade de Gaza, embora muitos ainda permaneçam em meio ao cerco militar.

Crise de ajuda humanitária

A ofensiva israelense tem agravado a crise humanitária: quatro unidades de saúde fecharam este mês, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Em 22 de agosto, a ONU disse que mais de meio milhão de pessoas em Gaza estão passando fome. Foi a primeira vez que a fome foi declarada no Oriente Médio.

Até o final de setembro, mais de 640 mil pessoas enfrentarão níveis "catastróficos" de insegurança alimentar, classificados como Fase 5 do IPC, em toda a Faixa de Gaza, alertou as Nações Unidas.

A ONG Médicos Sem Fronteiras suspendeu a atuação da instituição na na Cidade de Gaza e denunciou uma 'implacável ofensiva' de Israel.

Tribunais internacionais

As ações de Israel foram alvo, em dezembro de 2023, de uma queixa na Corte Internacional de Justiça (CIJ), apresentada pela África do Sul. Pretória pediu a adoção de medidas provisórias contra autoridades israelenses diante de ações consideradas genocidas.

A África do Sul alegou que os ataques e omissões de Israel na Faixa de Gaza violam obrigações sob a Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio. Israel alega estar se defendendo de ataques terroristas e contesta a ação. O governo brasileiro declarou apoio ao processo sul-africano.

Em janeiro de 2024, a CIJ ordenou que Israel tomasse todas as medidas necessárias para prevenir o genocídio na Faixa de Gaza, punisse os defensores do genocídio contra os palestinos e garantisse o fluxo de ajuda humanitária para o povo de Gaza. No entanto, não obrigou Israel a interromper a ofensiva, como havia solicitado a África do Sul na ação judicial. Diversos países, incluindo o Brasil, apoiam o processo contra Israel.

Em novembro de 2024, a CIJ emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant e lideranças do Hamas, citando crimes de guerra. Tanto Israel quanto o Hamas negam cometer crimes de guerra (com Sputnik).

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