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      Trump e Putin discutem paz na Ucrânia e controle de armas em cúpula no Alasca

      Encontro entre líderes dos EUA e Rússia busca acordo de cessar-fogo e novo tratado nuclear em meio a pressões diplomáticas e sanções econômicas

      Trump diz estar ansioso por segundo encontro com Putin (Foto: REUTERS/Jorge Silva)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, se reúnem nesta sexta-feira (15) na Base Aérea Conjunta Elmendorf-Richardson, no Alasca, para um encontro decisivo sobre a guerra na Ucrânia e possíveis avanços em controle de armas nucleares. A reunião, marcada para as 15h no horário de Brasília (19h GMT), é a primeira conversa presencial entre os dois desde que Trump voltou à Casa Branca. As informações são da agência Reuters.

      O objetivo principal do encontro é buscar um cessar-fogo para a guerra, que já dura três anos e meio, mas também está na pauta uma proposta de Putin para um novo tratado nuclear, que substituiria o último acordo ainda em vigor e prestes a expirar em fevereiro de 2026. O gesto do líder russo é visto como uma tentativa de oferecer algo que Trump deseja, em meio a sanções ocidentais cada vez mais severas contra Moscou.

      Tensões e expectativas antes do encontro

      Trump já havia declarado que resolveria a guerra na Ucrânia em 24 horas, mas admitiu na véspera que o conflito “tem sido mais difícil de resolver” do que imaginava. “Se a minha reunião com Putin for bem, organizar depois um encontro com Zelensky será ainda mais importante”, afirmou o presidente norte-americano, referindo-se ao líder ucraniano Volodymyr Zelensky, que não foi convidado para a cúpula.

      O presidente dos EUA busca um acordo que fortaleça sua imagem como mediador global, inclusive como candidato ao Prêmio Nobel da Paz. Na quarta-feira, em uma ligação com Kiev e aliados europeus, Trump teria reconhecido que a Ucrânia deve participar de qualquer negociação que envolva cessão de territórios e teria apoiado garantias de segurança para o país no pós-guerra — embora não tenha mencionado o tema publicamente.

      Interesses de Putin e condições para um cessar-fogo

      Putin enfrenta pressões econômicas internas e vê no encontro uma chance de aliviar as sanções ou, ao menos, impedir novas medidas restritivas. Segundo uma fonte próxima ao Kremlin ouvida pela Reuters, “aparentemente, alguns termos serão acordados porque Trump não pode ser recusado e nós não estamos em posição de recusar”.

      O líder russo, no entanto, impõe exigências duras para encerrar o conflito, incluindo controle total sobre as regiões de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia, retirada definitiva da possibilidade de adesão da Ucrânia à OTAN e limites para as Forças Armadas ucranianas. Kiev considera essas condições inaceitáveis e equivalentes à rendição.

      Possíveis caminhos e riscos

      Analistas apontam que Putin pode apresentar um acordo que satisfaça Trump no papel, mas mantenha espaço para retomar ofensivas. “Se os russos colocarem na mesa um cessar-fogo que deixe Moscou no controle da escalada, sem criar dissuasão real, seria um resultado excelente para Putin”, avaliou Sam Greene, do Center for European Policy Analysis.

      Trump já sinalizou que transferências de território podem ser uma solução para o impasse, mas Zelensky rejeita qualquer concessão de terras, acusando Moscou de blefar para ganhar tempo e escapar de novas sanções.

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