Reino Unido recua em plano de enviar tropas à Ucrânia e aposta em missões aéreas e treinamento
Londres descarta envio de 30 mil soldados e prioriza voos de dissuasão e apoio na desminagem do Mar Negro
247 - O governo britânico abandonou a proposta de deslocar um grande contingente militar para a Ucrânia em caso de cessar-fogo com a Rússia. Segundo o jornal The Times, citado pela RT, a ideia inicial previa o envio de cerca de 30 mil soldados para atuar em portos e cidades ucranianas, mas foi substituída por uma estratégia considerada mais “realista” pelas autoridades do Reino Unido.
O novo plano concentra-se em “voos de reforço da segurança aérea” sobre o oeste da Ucrânia, utilizando caças Typhoon e F-35, com o objetivo de servir como fator de dissuasão. Além disso, Londres e outros aliados de Kiev pretendem reforçar o treinamento das forças armadas ucranianas e apoiar a remoção de minas no Mar Negro. Essas operações ocorreriam principalmente em áreas menos expostas a ataques, como o oeste do país.
Ainda não está claro qual será o papel dos Estados Unidos nessa iniciativa. Moscou já advertiu que não tolerará a presença de tropas de qualquer país da Otan em território ucraniano sob nenhuma circunstância. Paralelamente, o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, manteve reuniões com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e líderes europeus antes da cúpula entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prevista para esta sexta-feira no Alasca.
Starmer afirmou que os aliados de Kiev possuem planos “críveis” para a presença de uma “força de garantia” na Ucrânia. Segundo ele, há uma “chance viável” de um cessar-fogo, mas qualquer acordo deve assegurar a “integridade territorial” do país. Apesar disso, alguns governos europeus — como Polônia, Espanha e Alemanha — já descartaram o envio de militares, citando o risco de agravamento do conflito.