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      Trump e Putin reúnem-se no Alasca para encontro que pode definir rumos da guerra na Ucrânia

      Reunião poderá durar até sete horas

      Trump e Putin em Anchorage, Alasca, EUA, 15 de agosto de 2025 (Foto: REUTERS/Kevin Lamarque)
      Paulo Emilio avatar
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      247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pousou às 10h21 (15h21 no horário de Brasília) desta sexta-feira (15) no Alasca para uma reunião de cúpula com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, que pode ter impacto decisivo no conflito da Ucrânia. O encontro ocorrerá na Base Aérea Elmendorf, em Anchorage, e deve se estender por seis a sete horas, conforme previsão do porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

      Além da guerra, os líderes discutirão questões sensíveis das relações bilaterais e possíveis projetos econômicos conjuntos. Putin, que pisa em território ocidental pela primeira vez desde a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, chega ao Alasca com as forças russas controlando quase 20% do território ucraniano após três anos e meio de combates.

      Trump, que partiu de Washington pela manhã, publicou pouco antes do embarque: “MUITO EM JOGO”, em sua conta no Truth Social. O presidente norte-americano afirmou que encara o encontro como “uma reunião para sondar” e advertiu: “Sou presidente, ele não vai brincar comigo. Se for uma reunião ruim, terminará rapidamente; se for boa, poderemos alcançar a paz em um futuro bastante próximo”. Ele calculou em 25% o risco de fracasso.

      O convite partiu do próprio Putin, e líderes europeus, assim como o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, ficaram de fora. Zelensky rejeitou a pressão de Trump para ceder território e afirmou nas redes sociais: “Está na hora de acabar com a guerra, e os passos necessários devem ser tomados pela Rússia. Contamos com os Estados Unidos”. O ucraniano também alertou que Moscou sofre “graves perdas” para obter avanços.

      A escolha do Alasca é estratégica. Atravessando apenas o estreito de Bering, Putin evita países que poderiam cumprir o mandado de prisão expedido contra ele pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), do qual os EUA não são signatários. O estado norte-americano, vendido pela Rússia no século XIX, foi citado por Moscou como exemplo de trocas legítimas de território.

      De acordo com o Kremlin, a reunião começará com uma conversa a sós entre Trump e Putin, acompanhados apenas de intérpretes, seguida de um almoço de trabalho com assessores. Enquanto isso, Anchorage registra protestos com cartazes em apoio à Ucrânia.

      A cúpula contrasta com a postura de líderes europeus e do presidente Joe Biden, que recusam negociações sem a presença de Kiev. Para Zelensky, o encontro representa “uma vitória pessoal” para Putin. Analistas como Daniel Fried, ex-diplomata dos EUA e integrante do Atlantic Council, avaliam que Trump pode pressionar Moscou com novas sanções e reforço militar à Ucrânia, mas alertam que Putin pode tentar desviá-lo com propostas alternativas.

      Antes de seguir para o Alasca, Trump conversou por telefone com o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, aliado próximo de Putin. O presidente norte-americano também prometeu dialogar com Zelensky e líderes europeus após a reunião, defendendo um encontro trilateral para definir um eventual acordo e a divisão territorial.

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