Trump celebra tarifas sobre 69 países e diz que "bilhões de dólares" já fluem para os EUA

247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, celebrou nesta quinta-feira (7) a entrada em vigor de um amplo pacote de tarifas sobre produtos importados de 69 países. As medidas, segundo ele, têm caráter recíproco e começaram a valer logo após a meia-noite. A comemoração foi feita em uma série de publicações na rede social Truth Social, plataforma mantida pelo próprio Trump, informa a Folha de S. Paulo.

Trump escreveu: “É meia-noite!!! Bilhões de dólares em tarifas estão agora fluindo para os Estados Unidos da América!” Em nova postagem, ele afirmou: “Bilhões de dólares, principalmente de países que têm se aproveitado dos Estados Unidos por muitos anos, rindo o tempo todo, começarão a fluir para os EUA. A única coisa que pode impedir a grandeza da América seria um tribunal de esquerda radical que quer ver nosso país falhar!”.

Sobretaxas atingem países de todos os continentes - A política tarifária anunciada pelo governo norte-americano impõe sobretaxas que variam de 10% a 50%, dependendo do país de origem das mercadorias. Dentre os casos mais graves, a Síria foi taxada em 41%, a Suíça em 39%, a África do Sul em 30% e a Venezuela em 15%. Taiwan foi incluído com uma tarifa de 20%, enquanto o Lesoto, que chegou a ser ameaçado com uma taxa de 50%, acabou sendo tarifado em 15%.

Os demais países da lista passam a ter uma taxa uniforme de 10%, mas alguns casos sofreram acréscimos adicionais. É o caso do Brasil, que mesmo tendo a tarifa-base de 10%, foi penalizado com uma sobretaxa adicional de 40%, totalizando 50% — o maior percentual aplicado até o momento. No entanto, o país conseguiu manter a isenção tarifária para cerca de 700 produtos que continuam sendo exportados aos Estados Unidos sem a cobrança adicional.

Estratégia de Trump mira parceiros históricos - A retórica adotada por Donald Trump nesta nova fase tarifária segue o tom confrontativo de sua política econômica internacional, marcada pelo protecionismo e pela pressão sobre parceiros comerciais. O argumento central da Casa Branca é o de que os Estados Unidos têm sido explorados por outras nações há décadas e que chegou a hora de “igualar as condições”.

Ao afirmar que “bilhões de dólares começarão a fluir para os EUA”, o presidente busca reforçar a imagem de força econômica e soberania nacional, uma das principais bandeiras de seu segundo mandato iniciado em 2025.