China dribla tarifas e comércio exterior cresce 3,5% nos primeiros sete meses de 2025

247 – O comércio exterior da China manteve trajetória de crescimento no acumulado dos sete primeiros meses de 2025, alcançando um volume total de 25,7 trilhões de yuans (cerca de US$ 3,58 trilhões), o que representa um aumento de 3,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (7) pela Administração Geral de Alfândegas da China e publicadas originalmente pelo Global Times.

De acordo com os dados oficiais, as exportações chinesas somaram 15,31 trilhões de yuans, com um crescimento de 7,3%. As importações, por outro lado, recuaram 1,6%, atingindo 10,39 trilhões de yuans — uma melhora em relação ao primeiro semestre, quando a queda foi maior. A taxa de crescimento do comércio exterior como um todo acelerou em 0,6 ponto percentual em comparação com os seis primeiros meses do ano.

ASEAN lidera parcerias comerciais

Em termos de parceiros comerciais, a Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) consolidou-se como a maior parceira da China, com um volume de comércio bilateral de 4,29 trilhões de yuans, alta de 9,4%, representando 16,7% do comércio exterior total chinês. A União Europeia aparece em segundo lugar, com 3,35 trilhões de yuans (+3,9%), seguida pelos Estados Unidos, cujo comércio com a China totalizou 2,42 trilhões de yuans — queda significativa de 11,1%, representando apenas 9,4% do total.

Com os países participantes da Iniciativa Cinturão e Rota (Belt and Road), as trocas comerciais da China chegaram a 13,29 trilhões de yuans, avanço de 5,5%, demonstrando a crescente relevância da cooperação multilateral promovida por Pequim.

Produtos de maior valor agregado ganham espaço

Outro destaque apontado pelo Global Times é o desempenho das exportações de produtos mecânicos e elétricos, que agora representam 60% do total exportado pela China. Itens como equipamentos automáticos de processamento de dados, circuitos integrados e automóveis lideram esse crescimento. Os dados refletem os resultados iniciais da política chinesa voltada à promoção de "novas forças produtivas de qualidade".

As empresas privadas mantêm papel de liderança nas trocas internacionais do país. Entre janeiro e julho, suas exportações e importações totalizaram 14,68 trilhões de yuans — alta de 7,4% e participação de 57,1% no comércio exterior chinês, um aumento de 2,1 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2024.

Empresas com investimentos estrangeiros também apresentaram desempenho positivo, com movimentação de 7,46 trilhões de yuans, crescimento de 2,6%, o que corresponde a 29% do total comercializado pela China com o exterior.

Os dados indicam resiliência da economia chinesa mesmo diante de um cenário internacional de desaceleração e tensões geopolíticas. A retração nas trocas com os Estados Unidos reflete os impactos contínuos de disputas comerciais e políticas, mesmo com o presidente Donald Trump em seu segundo mandato à frente do governo norte-americano. Em contraste, o aprofundamento da integração com parceiros asiáticos e com países da Iniciativa Cinturão e Rota mostra o reposicionamento estratégico da China no cenário global.

O crescimento do comércio exterior chinês sinaliza que, apesar das adversidades, o país segue ampliando sua presença internacional e modernizando sua estrutura produtiva com foco em alta tecnologia e diversificação de mercados.