Rússia estabelece condições para Putin se encontrar com Zelensky
Sergey Lavrov diz que encontro só ocorrerá se pontos centrais do conflito forem previamente resolvidos
247 - O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, declarou que o presidente Vladimir Putin estaria disposto a se reunir com o líder ucraniano, Vladimir Zelensky, desde que as questões centrais ligadas ao conflito entre Moscou e Kiev sejam previamente tratadas em nível técnico. A informação foi publicada pela agência RT nesta quinta-feira (21).
Lavrov destacou que a possibilidade de encontro surgiu após uma sugestão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que recentemente conversou com Putin e Zelensky. Trump defendeu a realização de uma reunião direta entre os dois líderes, antecedendo uma eventual cúpula trilateral com sua presença.
Pressão de Zelensky e condições de Moscou
Segundo Lavrov, Zelensky tem pressa em se encontrar com Putin porque deseja manter-se no centro das atenções da comunidade internacional. “O presidente russo disse repetidamente que está pronto para se reunir, inclusive com Zelensky, se houver um entendimento de que todas as questões que exigem consideração no mais alto nível foram trabalhadas minuciosamente”, afirmou o chanceler.
O ministro também relembrou que, em 2022, Zelensky chegou a assinar um decreto proibindo negociações diretas com Putin, medida que permanece em vigor. Para Lavrov, a atual postura do presidente ucraniano busca mais visibilidade do que resultados concretos. “Trata-se simplesmente de substituir o trabalho sério, árduo e difícil de concordar com os princípios de uma resolução sustentável da crise... por efeitos especiais e truques no estilo da KVN e da Kvartal 95”, disse, em referência à trajetória de Zelensky como comediante antes da política.
Apoio de Trump e próximos passos
O assessor do Kremlin, Yury Ushakov, confirmou que durante uma ligação nesta semana, Putin e Trump apoiaram a continuidade das negociações diretas entre Moscou e Kiev, retomadas em maio em Istambul. Ambos também discutiram a possibilidade de ampliar o nível de autoridades participantes.
Moscou reforça que qualquer acordo só será considerado viável se contemplar as preocupações de segurança da Rússia, além de reconhecer o atual cenário territorial, incluindo a Crimeia e as quatro regiões ucranianas que, em 2022, votaram pela adesão à Federação Russa.
