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      Rússia afirma confiar na continuidade do diálogo de paz com a Ucrânia

      Sergei Lavrov revela em entrevista que chefes de delegações mantêm contato direto e relembra avanços em negociações passadas

      Sergey Lavrov (Foto: Sputnik)

      247 - Em declaração ao jornal indonésio Kompas, reproduzida pela agência de notícias Prensa Latina, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou nesta quarta-feira, 3 de setembro, que o governo russo mantém a expectativa de que as negociações com a Ucrânia prossigam. Lavrov, que se encontra na Malásia para participiar de reuniões da ASEAN, destacou que os chefes das delegações dos dois países "estão em contato direto" entre si, sinalizando um canal de comunicação ativo mesmo em meio ao conflito.

      O chanceler russo relembrou que as negociações diretas foram retomadas na primavera deste ano (hemisfério norte) por iniciativa do presidente Vladimir Putin. Segundo ele, três rodadas de discussões realizadas em Istambul renderam avanços tangíveis, particularmente em questões humanitárias. "Houve algum progresso em questões humanitárias: a troca de prisioneiros e detidos e a devolução dos corpos dos mortos", detalhou Lavrov. Além disso, cada parte teria delineado sua visão sobre as condições necessárias para um término definitivo das hostilidades.

      "Os chefes das delegações estão em contato direto. Estamos confiantes na continuidade das negociações", afirmou o ministro, enfatizando que uma resolução negociada para a crise na Ucrânia permanece como uma prioridade estratégica para Moscou. Lavrov fez questão de traçar um histórico do processo, remontando ao início do conflito: "Gostaria de lembrar que, após o início da operação militar especial para resgatar os moradores de Donbass, Kiev solicitou negociações, às quais concordamos imediatamente. As negociações foram realizadas de fevereiro a abril de 2022, primeiro na Bielorrússia e depois na Turquia".

      No entanto, o chanceler russo atribui a interrupção anterior do processo de paz à recusa ucraniana, influenciada por potências ocidentais. "Acordos para uma solução pacífica do conflito foram assinados, mas Kiev, seguindo o conselho de seus patronos ocidentais, recusou-se a assinar o tratado de paz, optando por continuar a guerra", concluiu Lavrov, reafirmando a narrativa oficial do Kremlin sobre o colapso dos acordos preliminares de 2022.

      A declaração ocorre em um momento de intensa diplomacia global, com o presidente dos EUA, Donald Trump. 

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