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'Risco de guerra na Europa nunca foi tão alto', diz ministro das Relações Exteriores da França

"A ameaça está se aproximando", disse o chanceler Jean-Noël Barrot

Jean-Noel Barrot (Foto: Sarah Meyssonnier / Reuters)
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247 - O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, afirmou nesta segunda-feira (3) que "a linha de frente está cada vez mais próxima" da Europa, em referência à guerra na Ucrânia. De acordo com o chanceler, existe o risco às "ambições imperialistas" da Rússia.

"O risco de uma guerra no continente europeu nunca foi tão alto. A ameaça está se aproximando e a linha de frente está cada vez mais próxima", disse Barrot em entrevista à rádio francesa France Inter, antes do início de um debate no Parlamento sobre a guerra na Ucrânia e a segurança na Europa.

"Para acabar com a agressão russa na Ucrânia, queremos que os Estados Unidos sejam capazes de trazer Vladimir Putin para a mesa de negociações. Os russos devem concordar em acabar de uma vez por todas com suas ambições imperialistas", complementou. 

Na avaliação do ministro francês, a proposta apresentada pela França e pela Grã-Bretanha para uma trégua de um mês na Ucrânia "no ar, nos mares e na infraestrutura de energia é uma maneira de verificar se a Rússia está realmente disposta a acabar com a guerra". 

"Isso significa que não haverá retirada das tropas terrestres russas em primeiro lugar. Só aí começarão as verdadeiras negociações de paz, porque queremos paz, mas queremos uma paz sólida e duradoura".

Possíveis investimentos 

O presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu que, inicialmente, a União Europeia (UE) destine cerca de US$ 209 bilhões (mais de R$ 1 trilhão) para investimentos em defesa. 

Conforme o governante do país europeu, os 27 países membros da UE deveriam aumentar o esforço de defesa para cerca de 3% a 3,5% de seu Produto Interno Bruto (PIB), contra 2% atualmente, apontou relato da agência RFI

Neste domingo (2), a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que a Europa precisa se "rearmar urgentemente", após uma reunião com líderes de países europeus e representantes da OTAN. Na avaliação feita pela dirigente, é preciso “intensificar o investimento em defesa por um período prolongado de tempo".

'Que Zelensky seja forçado a querer a paz'

O Kremlin pediu na segunda-feira para "forçar" o presidente ucraniano a querer a "paz" e culpou Volodymyr Zelensky pela discussão com o presidente dos EUA, Donald Trump, que defende o fim do conflito na Ucrânia o mais rápido possível.

"Alguém tem que forçar Zelensky a mudar de ideia. Ele não quer paz. Alguém tem que forçá-lo a querer a paz", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em coletiva de imprensa. "Se os europeus conseguirem fazer isso, honra e glória a eles".

Defesa de Vladimir Putin

Partido da esquerda radical, A França Insubmissa deve denunciar, a "subserviência" dos líderes europeus que "demonizaram Putin" e agora se se sentem "culpados de uma capitulação incondicional (e) sem esperança", afirmou o líder Jean-Luc Mélenchon.

Segundo Gabriel Attal, líder dos deputados do partido Renascença, de Emmanuel Macron, "os Estados Unidos perderam o direito de reivindicar ser o líder do mundo livre".

Governo Donald Trump

O presidente norte-americano, Donald Trump, tem defendido que o seu país diminua ou pare de fornecer ajuda para a Ucrânia. O chefe da Casa Branca pretende redirecionar recursos para outros fatores dentro de sua política externa, como reforçar as fronteiras com o México. O governo Trump aumentou a repressão contra imigrantes. 

A Rússia é contra a entrada dos ucranianos na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), liderada pelos EUA. Os norte-americanos controlam a defesa nuclear da Otan. Os EUA mantêm cerca de 100 ogivas nucleares do modelo B61 em bases em cinco países europeus: Alemanha, Bélgica, Holanda, Itália e Turquia.

Um possível conflito nuclear entre Europa e Rússia dificilmente ficaria restrito ao continente europeu. Existe uma cláusula de defesa mútua da OTAN, que prevê a intervenção dos EUA em caso de ataque a qualquer um dos integrantes da aliança.

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