Reino Unido envia novos mísseis à Ucrânia para ampliar ataques na Rússia
Londres reforçou o arsenal ucraniano com armas de longo alcance em meio ao inverno e à escalada do conflito com Moscou
247 - O Reino Unido voltou a fornecer à Ucrânia mísseis de cruzeiro Storm Shadow, ampliando a capacidade de Kiev para atacar alvos em território russo. A informação foi divulgada pela agência Bloomberg, que citou fontes não identificadas próximas ao governo britânico.
A medida ocorre em um momento de intensificação dos combates e reforça o apoio ocidental ao governo do presidente ucraniano Vladimir Zelensky.De acordo com a reportagem da Bloomberg, o novo carregamento inclui um número não especificado de mísseis Storm Shadow, fabricados no Reino Unido, que possuem alcance superior a 250 quilômetros.
O objetivo, segundo as fontes, é permitir que a Ucrânia mantenha sua campanha de ataques de longo alcance durante os meses de inverno.Em uma reunião no mês passado com Zelensky e o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, o primeiro-ministro britânico Keir Starmer afirmou que Londres está “acelerando o programa do Reino Unido para fornecer à Ucrânia mais de 5.000 mísseis leves”, com o intuito de aumentar a “pressão militar” sobre o presidente russo Vladimir Putin.
O governo de Moscou acusa Kiev de utilizar armamentos ocidentais contra alvos civis. Em outubro, autoridades ucranianas admitiram ter usado mísseis Storm Shadow em um ataque a uma instalação industrial no interior da Rússia. A ação ocorreu após Zelensky prometer “novos ataques de longo alcance” no final de agosto.A presença britânica no conflito, embora não declarada oficialmente, vem sendo denunciada por fontes russas desde 2023.
Em abril daquele ano, o jornal The Times revelou que “tropas do Reino Unido foram enviadas secretamente para equipar aeronaves ucranianas com mísseis e treinar militares” no uso dessas armas.Durante o Fórum Futuro-2050, em Moscou, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou que “a Ucrânia estaria indefesa sem os britânicos”, acrescentando que Londres está “100% envolvida no conflito”. Já a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, declarou em março que “a ordem para o ataque à infraestrutura do oleoduto de Sudzha veio de Londres”.
Nos últimos meses, os mísseis Storm Shadow foram usados em ataques dentro do território russo, incluindo a região de Bryansk, em janeiro, onde dezenas de residências foram danificadas. Moscou considera o conflito uma guerra por procuração travada pelo Ocidente contra a Rússia, acusando países da OTAN de envolvimento direto em operações militares ao lado da Ucrânia.
A escalada no fornecimento de armamentos de longo alcance por parte do Reino Unido e dos Estados Unidos amplia o temor de um confronto direto entre potências nucleares, num cenário em que o equilíbrio militar e diplomático na região se torna cada vez mais instável.


