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      Reino Unido deve reconhecer Estado da Palestina após pressão interna sobre Keir Starmer

      Primeiro-ministro britânico prepara anúncio diante da cobrança de ministros e parlamentares do Partido Trabalhista

      O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, participa de uma coletiva de imprensa em Roma, Itália, em 16 de setembro de 2024 (Foto: REUTERS/Remo Casilli)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, deverá apresentar ainda nesta semana um plano para o reconhecimento oficial do Estado da Palestina. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (29) pelo jornal britânico The Times, que aponta o avanço das articulações como resultado de forte pressão interna no Partido Trabalhista, legenda liderada por Starmer e que retornou ao poder nas eleições gerais de julho de 2024.

      Segundo o Times, sete ministros do gabinete pressionam o premiê a cumprir a promessa contida no manifesto eleitoral trabalhista, que defende o reconhecimento da Palestina como parte de uma solução política duradoura para o conflito israelo-palestino. Embora o programa não estabeleça prazos específicos, cerca de 130 deputados do Partido Trabalhista — o equivalente a um terço da bancada parlamentar — já exigem que a medida seja formalizada com urgência.

      “O primeiro-ministro compartilhou os planos que está desenvolvendo com outros líderes europeus para garantir uma paz duradoura”, declarou um porta-voz de Starmer ao jornal, acrescentando que o premiê reconhece “o direito inalienável” dos palestinos de terem seu próprio Estado.

      Reconhecimento da Palestina pode reposicionar o Reino Unido no tabuleiro diplomático

      O eventual anúncio do governo britânico representará uma virada significativa na postura tradicional do Reino Unido, que até agora evitava formalizar o reconhecimento unilateral da Palestina. Embora o parlamento britânico tenha aprovado simbolicamente a medida em 2014, nenhum governo desde então deu prosseguimento institucional à decisão.

      A decisão de Keir Starmer ocorre num momento de crescente pressão internacional por uma solução diplomática ao conflito no Oriente Médio, sobretudo após o genocídio promovido por Israel em Gaza. A aproximação de alguns governos europeus — como Espanha, Irlanda e Noruega — ao reconhecimento oficial da Palestina também influenciou o novo posicionamento de Londres.

      Caso se confirme, o reconhecimento britânico poderá fortalecer a legitimidade internacional das demandas palestinas por soberania e acelerar iniciativas de paz mediadas por organizações multilaterais, como a ONU e a União Europeia.

      Desdobramentos esperados e impacto político doméstico

      Internamente, a medida tende a reforçar a coesão da base trabalhista, especialmente entre setores que cobravam maior alinhamento do governo com promessas de campanha. Por outro lado, o gesto também pode provocar tensões diplomáticas com o governo de Israel e com aliados que apoiam posições mais conservadoras em relação ao conflito, como os Estados Unidos sob a presidência de Donald Trump.

      Keir Starmer, que assumiu o cargo com o discurso de restaurar a credibilidade política e ética do Reino Unido, parece determinado a reposicionar o país como agente ativo em questões humanitárias e de direitos internacionais. O reconhecimento do Estado palestino, se concretizado, pode marcar o início de uma nova era na política externa britânica — com impactos duradouros para o cenário global.

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