Putin se diz disposto a se reunir com Zelensky para negociar um acordo de paz

247 - Durante sua participação no Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo (SPIEF), nesta quarta-feira (18), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou estar aberto a se reunir com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, com o objetivo de negociar um acordo de paz que ponha fim ao conflito iniciado em fevereiro de 2022.

A informação foi divulgada pela agência estatal russa Tass e reproduzida pelo jornal Valor Econômico. Segundo Putin, representantes da Rússia e da Ucrânia já estão em contato e discutem a realização de um encontro para definir os princípios de uma futura negociação. "Estou disposto a conversar com qualquer representante da Ucrânia, inclusive Zelensky", afirmou o mandatário russo.

Putin também citou como sinal positivo o recente acordo entre os dois países para a troca de prisioneiros e corpos de combatentes mortos, interpretado por ele como um indicativo de que há espaço para o diálogo. O presidente acrescentou que as conversas devem ocorrer depois do dia 22 de junho, mas não especificou local nem formato da possível reunião.

Durante o mesmo evento, Putin comentou declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e afirmou que o republicano tem razão ao dizer que o conflito entre Rússia e Ucrânia poderia ter sido evitado se ele ainda estivesse na presidência em 2022. A fala é vista como uma tentativa de sinalizar abertura à mediação norte-americana, sobretudo no contexto da atual campanha eleitoral nos EUA.

O chefe do Kremlin também comentou, em tom crítico, as recentes tensões no Oriente Médio, e disse “não querer nem discutir” a possibilidade de os EUA atacarem o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei. Segundo Putin, o momento exige redução de tensões e busca por estabilidade regional.

Incertezas

Apesar da sinalização de Moscou, ainda não há confirmação por parte da Ucrânia sobre um eventual encontro entre os dois presidentes. Zelensky tem insistido, desde o início do conflito, que qualquer acordo de paz deve garantir a integridade territorial do país, incluindo a devolução das regiões ocupadas pela Rússia, como a Crimeia e partes do Donbass.

O encontro, caso venha a ocorrer, será o primeiro entre os dois líderes desde o início da guerra e poderá marcar uma inflexão no impasse diplomático. No entanto, ainda não há garantias de que os interesses das partes possam ser conciliados.