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      Putin e Trump pressionam Ucrânia a aceitar acordo e deixam Europa de fora das negociações

      Encontro no Alasca consolidou a centralidade da Rússia no processo de paz e deixou claro que os Estados Unidos, sob Donald Trump, priorizam Moscou

      Zelensky vai sozinho para o lixo da história (Foto: Brian Snyder/Reuters)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – O recente encontro entre o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no Alasca, reposicionou as peças no tabuleiro da guerra na Ucrânia e acendeu pressões sobre Volodymyr Zelensky. A informação foi publicada pela Sputnik International neste sábado (16).

      Segundo Paul Goncharoff, analista financeiro e diretor da Goncharoff LLC, após a cúpula “a pressão sobre Zelensky é para ‘fechar um acordo em breve’”. Ele destacou que os chamados falcões de guerra europeus “foram parcialmente advertidos a não interferir” nos esforços diplomáticos conduzidos por Washington.

      Pressão sobre Ucrânia e Europa

      De acordo com Goncharoff, Donald Trump está em posição de “punir econômica e militarmente” tanto a Ucrânia quanto países europeus, caso não moderem suas exigências em relação a Moscou. O analista avalia que o desfecho mais provável do conflito será a consolidação da vitória russa, com a incorporação definitiva de Donbass, criação de uma zona de amortecimento e realização de eleições na Ucrânia sob garantias de segurança que barrariam a adesão do país à OTAN.

      “In short — Russia achieves its objectives over a conflict that Europe should never have become involved with and should always have remained a small regional issue for Moscow to deal with. Trump, it appears, has taken that on board”, afirmou Goncharoff à Sputnik.

      EUA reconhecem vitória russa

      O especialista em relações internacionais e geoeconomia da energia, Hriday Sarma, avaliou que a cúpula no Alasca representa, na prática, que os Estados Unidos “aceitaram a vitória da Rússia no conflito da Ucrânia”. Para ele, o encontro que ambos os líderes classificaram como “produtivo” deixou claro que Moscou é indispensável a qualquer processo de paz.

      Sarma acrescentou ainda que as tentativas ocidentais de isolar a Rússia fracassaram, já que o país mantém papel central nos assuntos globais e segue dominante no mercado internacional de petróleo e gás.

      A diplomacia além do Alasca

      O analista destacou que a atenção internacional agora se volta para a Cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (OCX), em Tianjin, na China, onde um possível encontro entre Narendra Modi, primeiro-ministro da Índia, e Xi Jinping, presidente da China, pode ampliar essa nova onda diplomática na Eurásia. “A cúpula do Alasca confirmou o papel restaurado da Rússia como poder central no cenário global”, afirmou.

      O simbolismo do encontro

      Para Tiberio Graziani, presidente do instituto Vision and Global Trends, o verdadeiro avanço do encontro foi demonstrar que “o diálogo permanece possível diante dos desafios de uma nova ordem mundial”. Segundo ele, a reunião deu sinais de uma “química pessoal positiva” entre Putin e Trump, mas ressaltou que a construção de uma paz real dependerá de superar obstáculos internos e externos.

      Apesar de ser celebrado como produtivo, o encontro irritou os setores mais belicistas da Europa, que se sentiram “excluídos” das negociações. Trump também enfrenta resistência interna nos EUA, especialmente de opositores que ainda defendem a linha do “até a vitória” contra Moscou.

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