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      Procuradora dos EUA chama estudantes pró-Palestina de ‘terroristas domésticos’

      Pam Bondi ameaça universidades com corte de verbas federais caso não reprimam protestos e “protejam alunos judeus”

      Pam Bondi (Foto: Getty Images)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – A procuradora-geral dos Estados Unidos, Pam Bondi, gerou polêmica ao classificar manifestantes estudantis pró-Palestina como “terroristas domésticos”. Em entrevista concedida no domingo (23) à Fox News, reportada pela RT, ela criticou as universidades por, segundo ela, não protegerem os estudantes judeus e ameaçou cortar o financiamento federal de instituições que não coíbam atos considerados antissemitas.

      “É absurdo que essas universidades não estejam intervindo para protegê-los, e ainda estão protegendo esses manifestantes que também são, na minha opinião, alguns terroristas domésticos”, afirmou Bondi. A reportagem da Fox News foi a fonte original da declaração. Bondi alegou que os manifestantes estavam “incitando tumultos e violência contra estudantes nos campi universitários”, embora não tenha apresentado provas concretas ou casos específicos.

      A declaração ocorre em meio à escalada dos protestos estudantis nos Estados Unidos contra o apoio de Washington a Israel na guerra contra Gaza. Desde o ataque do Hamas a Israel em outubro de 2023, que deixou cerca de 1.200 mortos e 250 sequestrados, o contra-ataque israelense resultou na morte de mais de 50 mil palestinos, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza. As ações militares israelenses devastaram a Faixa de Gaza, e as críticas à postura do governo Biden vêm se intensificando.

      As manifestações nas universidades americanas, como Columbia, UC Berkeley, Harvard, Yale, Michigan e Northwestern, tornaram-se centros da mobilização. Estudantes — inclusive judeus — defendem que criticar as políticas do governo israelense não deve ser confundido com antissemitismo. Para eles, a defesa dos direitos dos palestinos é compatível com os valores democráticos norte-americanos. “Advogar pelos direitos palestinos é lutar por justiça social”, afirmam cartazes e declarações de grupos universitários.

      Pam Bondi, aliada do ex-presidente Donald Trump, endossou a ameaça de sua administração de cortar US$ 400 milhões em verbas destinadas à Columbia University. “Vamos retirar [o financiamento] de todas as universidades que não cumprirem a lei”, disse. A afirmação remete a uma postura mais agressiva do governo Trump em relação à liberdade de expressão nos campi, sobretudo quando envolve críticas a Israel.

      Em fevereiro, o Departamento de Justiça dos EUA anunciou a criação de uma força-tarefa interagências para “combater o antissemitismo”, com foco em incidentes em escolas e universidades. O grupo pretende coordenar ações federais para reprimir comportamentos considerados antissemitas.

      No entanto, uma força-tarefa interna da própria Columbia University apontou que há, sim, “problemas sérios e persistentes” que afetam os estudantes judeus, o que vem alimentando o debate sobre os limites entre discurso político, liberdade de expressão e discursos de ódio.

      A crescente criminalização de manifestações pró-Palestina nos EUA preocupa organizações de direitos civis. Grupos como a American Civil Liberties Union (ACLU) alertam que o uso da expressão “terrorismo doméstico” para se referir a estudantes pode representar um grave precedente de repressão e censura política.

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