Palestina apela à ONU por trégua imediata e denuncia genocídio em Gaza
Governo palestino critica papel marginal do Conselho de Segurança e cobra ação urgente diante de mais de 60 mil mortos desde outubro
247 - O Ministério das Relações Exteriores e Expatriados da Palestina apelou nesta terça-feira (5) ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para que cumpra sua responsabilidade e imponha uma trégua imediata na Faixa de Gaza, onde, segundo estimativas palestinas, mais de 60 mil pessoas morreram desde o início da ofensiva militar israelense em outubro de 2023.
A informação foi divulgada pela agência Prensa Latina, com base em comunicado oficial divulgado pela diplomacia palestina. No texto, o governo da Palestina pede que o órgão da ONU atue com firmeza para obrigar o governo de Benjamin Netanyahu a “acabar com os crimes de genocídio, deslocamento e anexação contra nosso povo”.
O ministério expressou “profunda preocupação com o papel marginal” que o Conselho de Segurança vem desempenhando diante da escalada de violência em Gaza e condenou o que considera ser um prolongamento deliberado da guerra por parte de Israel. Para os palestinos, essa permanência do conflito serve a “vários governos e interesses políticos”. “Mais de dois milhões de palestinos vivem no enclave costeiro em uma espiral de morte, fome, sede, privação de medicamentos e de todos os direitos humanos básicos”, alerta o comunicado.
A diplomacia palestina também denunciou que o atraso na imposição de uma trégua “atende aos planos de deslocamento forçado do nosso povo em Gaza”, algo que vem sendo reiteradamente apontado por organizações humanitárias internacionais como parte de uma possível limpeza étnica em curso.
Em declarações anteriores, o Ministério das Relações Exteriores da Palestina já havia criticado duramente a falta de ação da comunidade internacional diante da grave crise humanitária provocada pelo bloqueio israelense ao território. A situação da fome foi destacada como um dos pontos mais críticos do cerco militar. “Os sinais de fome superaram todas as análises anteriores e demonstraram o perigo que a crise representa para a população local”, diz o comunicado.
A denúncia também aponta que as reações internacionais estão “muito aquém do nível de condenação necessário diante dos crimes sistemáticos cometidos pelas forças de ocupação contra civis”. Um exemplo citado é o assassinato de palestinos que tentam buscar comida em centros de distribuição organizados por Estados Unidos e Israel — locais que, segundo denúncias, têm sido alvos de ataques e que receberam duras críticas da própria ONU.
A chancelaria palestina finaliza o comunicado afirmando que o fracasso global em garantir um processo humanitário eficaz e duradouro revela a contradição entre os discursos públicos dos governos e suas ações concretas: “O fracasso do mundo em proteger e fortalecer o processo humanitário que garante acesso sustentável à ajuda para o povo de Gaza destaca a contradição entre posições, palavras e ações”.
O apelo palestino aumenta a pressão internacional sobre o Conselho de Segurança, que continua dividido quanto à adoção de medidas mais incisivas contra Israel. Até o momento, resoluções propostas por países como Argélia e China foram bloqueadas por vetos dos Estados Unidos, principal aliado do governo israelense.
Enquanto isso, cresce o clamor global por um cessar-fogo duradouro e por justiça para as vítimas civis, em meio ao que diversas entidades internacionais, incluindo relatorias da ONU, já classificaram como crimes contra a humanidade.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: