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      Hamas afirma que Israel quer transformar Gaza em campo de concentração nazista

      Alto dirigente da Resistência denuncia genocídio, fome deliberada e bloqueio a ajuda humanitária com apoio dos EUA

      Osama Hamdan, representante do Hamas no Líbano (Foto: HispanTV)
      José Reinaldo avatar
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      247 - Durante um pronunciamento televisionado na noite de segunda-feira (4), o alto dirigente do Hamas, Osama Hamdan, acusou Israel de estar transformando a Faixa de Gaza em um "campo de concentração nazista", por meio de uma política sistemática de fome, genocídio e cerco total ao território palestino. As declarações foram publicadas pela rede HispanTV.

      De acordo com Hamdan, membro do Birô Político do movimento palestino, Israel impede deliberadamente a entrada de ajuda humanitária em Gaza, mesmo diante de uma grave crise alimentar e sanitária que atinge toda a população civil. “A Faixa de Gaza sofre com uma grave escassez de fórmulas infantis e suprimentos sanitários para combater a fome. Vinte e dois mil caminhões de ajuda humanitária aguardam nas travessias de fronteira para atender ao sofrimento da população da Faixa de Gaza”, denunciou.

      Segundo ele, as mortes de mais de 1.500 civis palestinos durante tentativas de obter alimentos em centros de distribuição demonstram que a fome tem sido utilizada como arma de guerra por Israel. O dirigente também revelou que, até o momento, 180 palestinos morreram de inanição, entre eles 93 crianças. “Noventa e seis por cento das famílias enfrentam insegurança alimentar”, destacou.

      Hamdan criticou duramente a postura do Conselho de Segurança da ONU, acusando os Estados Unidos — sob a liderança do presidente Donald Trump — de protegerem Israel e tentarem desviar a atenção da tragédia humanitária em curso. “Israel continua sua guerra de genocídio e fome contra Gaza com apoio dos EUA e silêncio internacional”, afirmou.

      A denúncia de Hamdan vem acompanhada de um novo apelo do Hamas para que sejam abertas imediatamente as travessias de fronteira. A ala militar do grupo já havia declarado que “será permitido entregar comida aos prisioneiros se Israel abrir as travessias da fronteira de Gaza”, estabelecendo uma relação direta entre a abertura dos corredores humanitários e a situação dos cativos israelenses em poder da resistência palestina.

      O dirigente também fez referência às condições dos prisioneiros palestinos nas mãos de Israel, relatando práticas sistemáticas de tortura, atos de vingança e humilhação. Em contraponto, assegurou que os prisioneiros israelenses sob custódia do Hamas estão sendo tratados “de acordo com os valores e princípios islâmicos”. “Eles compartilham o mesmo sofrimento que o povo de Gaza”, disse Hamdan.

      A situação na Faixa de Gaza é descrita como catastrófica por organizações internacionais. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), um em cada três habitantes do enclave passa dias inteiros sem qualquer tipo de alimento. A agência tem reiterado o apelo para que as hostilidades cessem e a ajuda seja permitida de forma irrestrita.

      Hamdan finalizou sua fala cobrando uma atitude concreta da comunidade internacional. “O silêncio da ONU e das instituições globais diante da guerra de Israel impõe uma responsabilidade moral e humanitária sobre elas”, disse. Ele ainda declarou que o Hamas está disposto a cooperar com organizações como a Cruz Vermelha para garantir o fornecimento de alimentos e remédios aos prisioneiros israelenses. “Insistimos na necessidade de forçar a ocupação a abrir corredores humanitários para a passagem regular e permanente de alimentos e medicamentos para o nosso povo”, concluiu.

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