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      Israel promove o genocídio mais televisionado da História, diz Ilan Pappe

      Historiador israelense denuncia limpeza étnica em Gaza e defende sanções internacionais durante participação na Flip 2025

      Pessoas se reúnem em frente à sede das Nações Unidas durante o protesto "Pare de Matar Gaza de Fome Agora" em meio ao conflito entre Israel e o Hamas, na cidade de Nova York, EUA, em 25 de julho de 2025 (Foto: REUTERS/Christian Monterrosa)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – O historiador israelense Ilan Pappe causou grande repercussão na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip 2025) ao afirmar que Israel promove “o genocídio mais televisionado da História” contra o povo palestino. As declarações foram registradas pela coluna de Bernardo Mello Franco, no jornal O Globo, que destacou a contundência das críticas do pesquisador ao governo de seu país.

      Durante a mesa literária, Pappe afirmou que os palestinos vivem em “uma grande prisão” desde 1967, em referência ao bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza. “Israel lançou mais bombas sobre a Faixa de Gaza desde 2007 do que os aliados lançaram sobre a Alemanha na Segunda Guerra”, disse. Para ele, a situação equivale a uma política sistemática de limpeza étnica, que conta com o silêncio e até a cumplicidade de potências internacionais.

      O historiador, filho de judeus alemães que escaparam do nazismo, revelou ter enfrentado perseguições em Israel por suas posições. Demitido da Universidade de Haifa em 2006, ele se mudou para o Reino Unido, onde dirige o centro de estudos palestinos da Universidade de Exeter. Autor de mais de 20 livros, veio ao Brasil para lançar seus dois títulos mais recentes: Brevíssima história do conflito Israel-Palestina e A maior prisão do mundo, que sintetizam sua visão sobre a realidade dos territórios ocupados.

      Pappe defendeu que apenas sanções econômicas internacionais, como as aplicadas à África do Sul durante o apartheid, poderiam conter o avanço das agressões israelenses. “Se o Ocidente fizesse 50% do que está fazendo com a Rússia (após a invasão da Ucrânia), criaria um grande problema para Israel”, afirmou. Ele elogiou a promessa de França e Reino Unido de reconhecerem o Estado palestino, mas classificou a medida como “um pequeno passo” diante da gravidade da situação.

      O historiador reforçou que suas críticas não têm como alvo o povo israelense, mas a política de Estado de ocupação e cerco a Gaza. “Eu falo em hebraico, sonho em hebraico”, disse, lembrando que mais da metade da população de Gaza tem menos de 20 anos e só conhece uma vida marcada por cerco, bombardeios e destruição permanente. Suas falas arrancaram aplausos e gritos de apoio do público na Flip.

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