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Países árabes e islâmicos prometem resposta dura contra os ataques de Israel

Liga Árabe e OCI, com participação do Irã, se reuniram em Doha, após a capital do Catar ser alvo de um ataque israelense

Cúpula de líderes árabes e islâmicos em Doha, no Catar - 15/9/2025 (Foto: Saudi Press Agency/Divulgação via REUTERS)

Opera Mundi - Líderes do mundo árabe e islâmico desembarcam em Doha, nesta segunda-feira (15/09), para a cúpula de emergência da Liga Árabe e da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI), após os ataques de Israel ao Catar na última terça-feira (09/09).

O encontro trará uma resolução conjunta contra a ofensiva que matou cinco membros do Hamas e um oficial de segurança do Catar. O ataque ocorreu em meio às tentativas de cessar-fogo na Faixa de Gaza e quase atingiu a equipe de negociação que discutia a proposta dos Estados Unidos para encerrar o genocídio do povo palestino.

Neste domingo (14/09), em encontro preparatório para o evento, o primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores do Catar, xeique Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim Al Thani, condenou com veemência a ação israelense e agradeceu o apoio regional.

“Apreciamos a solidariedade dos países árabes e islâmicos irmãos e das nações amigas da comunidade internacional que condenaram este ataque bárbaro de Israel. Expressaram seu total apoio a nós e às medidas legais legítimas que tomaremos para preservar a soberania do nosso país”, disse.

Ele também cobrou uma postura mais firme da comunidade internacional. “É hora de a comunidade internacional abandonar os padrões duplos e responsabilizar Israel por todos os crimes que cometeu”, afirmou, defendendo que a resposta ao ataque seja “firme” e “contundente”.

O xeique catari também acusou Tel Aviv de sabotar as negociações de cessar-fogo em Gaza: “Israel deve saber que a guerra genocida contínua contra o povo palestino, visando transferi-lo à força para fora de sua pátria, não pode ter sucesso, não importa qual justificativa falsa seja apresentada”.

Resolução

Segundo a agência catari Al Jazeera, entre os participantes da cúpula constam Masoud Pezeshkian (Irã), Joseph Aoun (Líbano), Ahmed al-Sharaa (Síria), Mahmoud Abbas (Autoridade Palestina), Mohamed al-Menfi (Líbia), Recep Tayyip Erdogan (Turquia), Abdel Fattah al-Burhan (Sudão), Emomali Rahmon (Tajiquistão), Rashid Meredov (Turcomenistão), Anwar Ibrahim (Malásia), Hassan Sheikh Mohamud (Somália), Ismail Omar Guelleh (Djibuti) e Mohamed Ould Cheikh El Ghazouani (Mauritânia).

A Liga Árabe e a Organização para a Cooperação Islâmica apresentarão uma resolução com medidas concretas contra Israel. Após os ataques israelenses no Catar, o secretário-geral da OCI, Hissein Brahim Taha, defendeu levar o caso à ONU.

“O terrorismo de Estado em curso contra os povos da região exige que elaboremos uma resolução para a Assembleia Geral da ONU que ponha fim a essas práticas, bem como às violações e crimes contra o povo palestino, e que avance para a solução de dois Estados”, afirmou.

Já Ahmed Aboul Gheit, secretário-geral da Liga Árabe, reforçou que “Israel deve ser responsabilizado por seus crimes de guerra comprovados, incluindo matar civis, provocar fome e expulsar uma população inteira de suas casas”.

Antes de embarcar para Doha, informa a agência Al Mayadeen, o presidente iraniano Pezeshkian descreveu os recentes ataques como violações de todas as leis e normas internacionais. “Israel, no curso que está seguindo, não reconhece nenhuma estrutura ou proibição para si mesmo”, afirmou, ao citar Líbano, Síria, Catar, Irã, Iêmen e Iraque, como alvos de recentes ofensivas das forças israelenses.

“O que está encorajando Israel a continuar… é o silêncio, a incapacidade da comunidade internacional de responsabilizá-la”, complementou, ao convocar as nações islâmicas a adotarem medidas práticas, econômicas, culturais e sociais, para cortar todos os laços com Israel.

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