Catar cobra responsabilização de Israel por crimes contra palestinos
Primeiro-ministro catariano afirma que comunidade internacional tem falhado em conter violência israelense
247 - O primeiro-ministro do Catar, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim Al-Thani, fez um duro pronunciamento contra Israel. Em um discurso televisionado, Al Thani acusou a comunidade internacional de se omitir diante das violações cometidas contra os palestinos, o que, segundo ele, teria “encorajado” a continuidade da violência, informa a agência iraniana IRNA.
As declarações foram feitas em uma reunião preparatória para a cúpula árabe-islâmica que discutirá a ofensiva israelense em Doha, classificada pelo governo catariano como um ataque covarde contra a liderança do Hamas. O premiê ressaltou que seu país seguirá empenhado nos esforços de mediação para encerrar a guerra em Gaza.
Duras críticas ao governo israelense
Durante o discurso, Al Thani afirmou que “Israel deve saber que a contínua guerra genocida contra o povo palestino, com o objetivo de transferi-lo à força para fora de sua terra natal, não pode ter sucesso, não importa qual falsa justificativa seja apresentada”.
Ele também acusou Israel de rejeitar sucessivas propostas de cessar-fogo e de ampliar deliberadamente o conflito. “Chegou a hora de acabar com a duplicidade de critérios e punir Israel por todos os crimes que cometeu, e de que o país saiba que a limpeza étnica cometida contra os palestinos não terá sucesso”, destacou.
Falha internacional e riscos de precedentes
Segundo o primeiro-ministro, a omissão da comunidade internacional fortaleceu Tel Aviv. “Israel só foi encorajado pela falha da comunidade internacional em agir”, afirmou, acrescentando que o ataque “bárbaro” contra Doha representa um precedente perigoso, já que demonstra que o país não respeita “nenhuma linha vermelha”.
No mesmo dia, ministros das Relações Exteriores da Liga Árabe e da Organização para Cooperação Islâmica (OCI) se reuniram a portas fechadas. De acordo com Al Thani, a cúpula deve condenar a ofensiva e apoiar medidas legais para preservar a soberania do Catar.