"O Brasil está do lado da paz", diz Celso Amorim sobre o conflito Irã-Israel
Assessor de Lula, ex-chanceler rebate pressão do Departamento de Estado dos EUA para que países da América Latina escolham “de que lado vão estar”
247 - Em meio à tensão entre Irã e Israel, o assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, o ex-chanceler Celso Amorim, deixou mais uma vez clara a posição do Brasil diante das pressões diplomáticas dos Estados Unidos. Em declaração dada a Paulo Cappelli, do Metrópoles, Amorim afirmou: “o Brasil não tem lado. O Brasil está do lado da paz”.
A declaração foi uma resposta direta à manifestação de uma representante do Departamento de Estado norte-americano, que, durante uma coletiva de imprensa virtual, instou os países da América Latina e do Caribe a “decidirem de que lado vão estar” no conflito entre Teerã e Tel Aviv. A pressão dos Estados Unidos ocorre às vésperas da 55ª Assembleia-Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), marcada para esta terça-feira, em que, embora o Haiti seja o tema principal, a expectativa é de que a situação no Oriente Médio também entre na pauta dos debates.
A servidora do governo norte-americano reforçou a expectativa de alinhamento dos países membros da OEA com a política externa dos EUA. “Cada país tem que tomar uma decisão”, declarou a diplomata, ao comentar o posicionamento esperado dos aliados.
A reação brasileira, expressa por Amorim, contrasta com essa lógica de alinhamentos binários. O assessor internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rejeitou qualquer associação com lados beligerantes, frisando que o papel do Brasil é o de promover o diálogo e buscar saídas pacíficas.
Na noite anterior, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um cessar-fogo entre Irã e Israel, encerrando o que ele chamou de “a guerra dos 12 dias”. A declaração de Trump busca amenizar a tensão, mas ainda não há confirmação sobre a estabilidade do acordo entre os dois países.
A postura brasileira, reforçada por Amorim, se alinha à tradição diplomática do país em momentos de crise internacional: a defesa da autodeterminação dos povos, da não intervenção e da busca pelo entendimento multilateral. Nesse contexto, o governo Lula mantém sua linha histórica de equidistância ativa, que evita se submeter a pressões geopolíticas, ao mesmo tempo em que se compromete com iniciativas de paz e mediação de conflitos.
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