Irã avisa que qualquer novo ataque terá resposta ainda mais agressiva

Em um movimento que eleva a tensão no Oriente Médio, o Irã confirmou na noite desta segunda-feira (23) um ataque com mísseis contra a base americana de Al-Udeid, no Catar, considerada o principal centro estratégico do Comando Central dos Estados Unidos na Ásia Ocidental. A ação, batizada de “Promessa de Vitória”, foi anunciada pelo comandante do Corpo de Guardiães da Revolução Islâmica (IRGC), major-general Mohammad Pakpour. A informação foi publicada originalmente pela agência iraniana Tasnim News nesta terça-feira (24).

Segundo Pakpour, o ataque foi uma resposta direta ao que classificou como “ato maligno e criminoso” por parte de Washington, que teria bombardeado recentemente três instalações nucleares no Irã. “A base estratégica americana no Catar, conhecida como o ‘coração pulsante’ do Comando Central dos EUA na Ásia Ocidental, foi atingida por nossa força de mísseis e sofreu danos consideráveis, apesar das defesas especiais e em múltiplas camadas que a protegiam”, afirmou o general.

Em seu pronunciamento, o comandante do IRGC também criticou duramente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tomou posse para seu segundo mandato em janeiro de 2025. “Este presidente estúpido está sacrificando a segurança dos americanos por causa do regime sionista”, declarou Pakpour, em referência ao apoio de Washington a Israel.

A advertência foi clara: “Qualquer repetição de agressão contra o Irã será respondida com ações ainda mais devastadoras, que farão os Estados Unidos se arrependerem de seus atos contra a República Islâmica e servirão como lição histórica aos agressores”, disse o general iraniano.

A base aérea de Al-Udeid, situada ao sul de Doha, capital do Catar, abriga mais de 10 mil militares norte-americanos e é um ponto nevrálgico das operações aéreas dos EUA na região. Até o momento, o Pentágono não se pronunciou oficialmente sobre o alcance dos danos ou eventuais vítimas.

O ataque agrava o cenário de confronto entre Teerã e Washington, marcado por sucessivos episódios de hostilidade e rupturas diplomáticas. Observadores internacionais alertam para o risco de uma escalada que envolva diretamente aliados regionais e comprometa ainda mais a estabilidade do Golfo Pérsico.

Com mais este episódio, cresce a preocupação de que a confrontação entre as duas potências possa ultrapassar os limites do conflito indireto, afetando a segurança global e os fluxos energéticos em uma das regiões mais sensíveis do planeta.