Modi diz que Putin compartilhou impressões de encontro com Trump

247 - O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, afirmou nesta segunda-feira (18) que recebeu uma ligação de seu “amigo” Vladimir Putin, presidente da Rússia, que compartilhou impressões sobre o recente encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no Alasca. A informação foi publicada pela Bloomberg, reforçando a proximidade entre Nova Délhi e Moscou, mesmo em meio à pressão crescente de Washington.

Em publicação na rede X, Modi destacou a posição de seu governo diante da guerra na Ucrânia. “A Índia tem defendido de forma consistente uma solução pacífica para o conflito na Ucrânia e apoia todos os esforços nesse sentido”, escreveu, acrescentando que espera manter “intercâmbios contínuos” com Putin nos próximos dias.

Cooperação bilateral em foco

Segundo comunicado oficial do governo indiano, Modi e Putin aproveitaram a ligação para discutir questões de cooperação bilateral e concordaram em manter contato frequente. A conversa ocorreu pouco depois da cúpula entre Trump e Putin, marcada como a mais longa reunião presencial já realizada entre os dois líderes.

Apesar da expectativa internacional em torno do encontro, nem Washington nem Moscou revelaram detalhes concretos sobre os resultados das negociações. Antes da conversa com Trump, Putin também havia falado com lideranças da China e do Brasil, demonstrando movimentação diplomática intensa.

Pressão dos EUA sobre a Índia

O diálogo entre os líderes acontece em um momento de tensão crescente entre Washington e Nova Délhi. O presidente Trump ameaçou elevar tarifas sobre exportações indianas para até 50% já na próxima semana — um índice superior ao aplicado contra outros parceiros regionais. A medida seria uma forma de punir o governo indiano pela manutenção de suas importações de petróleo russo, em desacordo com as diretrizes de sanções ocidentais.

A pressão comercial se soma ao cenário delicado da guerra na Ucrânia, onde a Índia, apesar de se manter neutra, tem reiterado a importância de negociações de paz. Para Nova Délhi, o equilíbrio entre a parceria histórica com Moscou e a relação estratégica com Washington será um dos maiores desafios diplomáticos dos próximos meses.