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Milhares de manifestantes defendem greve geral pró-Palestina em Lisboa

Um dos gritos mais escutados foi “greve geral em todo Portugal”. Outro grito dizia “Israel é um estado assassino, e viva a luta do povo palestino”

Ato pró-Palestina em Portugal (Foto: Stefani Costa/Opera Mundi)

Stefani Costa, Opera do Mundi - Cerca de três mil pessoas se reuniram nesta quinta-feira (02/10), em frente à Embaixada de Israel em Lisboa, no centro da capital portuguesa, para protestar contra a ação das forças militares de Israel que resultou no sequestro de dezenas de embarcações pertencentes à Flotilha da Liberdade, que tentava levar ajuda humanitária aos palestinos que sofrem com o genocídio cometido na Faixa de Gaza.

O ato foi convocado pelo Movimento de Solidariedade com a Palestina, e teve seu início por volta das 18h, hora local, embora tenha sido reforçado por uma grande quantidade de pessoas que passaram a se manifestar espontaneamente já na noite de quarta-feira (01/10), quando foi noticiado o ataque israelense a navios da Flotilha, e que também realizaram pequenos protestos durante o dia.

Entre os manifestantes estavam alguns políticos conhecidos em Portugal, como a eurodeputada Catarina Martins, ex-candidata a primeira-ministra pelo partido Bloco de Esquerda e atual representante do Parlamento da União Europeia.

Segundo a parlamentar, “essas milhares de pessoas que estão nas ruas aqui em Lisboa, imagino que milhões em todo o mundo, estão exigindo que os países cumpram a sua obrigação de ajudar a Flotilha a quebrar o cerco (de Israel), e o de parar com esse genocídio (em Gaza)”.

A coordenadora da sede portuguesa da Anistia Internacional, Ana Teresa Santos, foi uma das que discursou durante o ato. Ela disse que, além da libertação dos ativistas sequestrados no dia anterior, a mobilização também exigiu que “Israel deve levantar o bloqueio sufocante, que dura mais de 18 anos, e permitir que a ajuda humanitária seja entregue em todas as passagens, em toda a Faixa de Gaza, imediatamente”.

Durante a manifestação, um dos gritos mais escutados, cantado em coro pelos participantes, foi “greve geral em todo Portugal”, em alusão a uma possível paralisação nacional em favor da causa palestina.

Outro grito entoado diversas vezes dizia “Israel é um estado assassino, e viva a luta do povo palestino”.

Também participaram do ato representantes de diversas organizações sociais, sindicais e estudantis, incluindo o Movimento Vida Justa e a Federação Nacional dos Professores (FENPROF).

Durante a noite, na hora local, a manifestação se deixou nas imediações da Embaixada de Israel e rumou em direção à praça Marques de Pombal, também no centro de Lisboa.

Reação governamental

Enquanto os manifestantes protestavam contra Israel no centro de Lisboa, o ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, classificou o ato como “panfletário” e “irresponsável”.

“Manifestamente, constato uma iniciativa panfletária, que considero irresponsável, em direção a um território ocupado por uma organização terrorista, responsável por um ataque que vitimou mais de 1,2 mil pessoas em Israel”, disse Melo.

A declaração foi feita a jornalistas, durante uma ação para apoiar a campanha dos candidatos do seu partido, o CDS (direita tradicional), para as eleições municipais, que ocorrerão no país no próximo dia 12 de outubro.

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