'Lançam algum tipo de gás antes de interceptar os barcos de flotilha', relata ativista brasileiro sobre as ações de Israel
“Foram interceptando os barcos maiores”, disse Miguel Viveiros de Castro. Ouça o áudio
247 - O militante brasileiro Miguel Viveiros de Castro deu um breve relato nesta quinta-feira (2) sobre o momento das interceptações de Israel, que tenta bloquear ajuda humanitária à Faixa de Gaza, onde, segundo o Ministério da Saúde local, mais de 66 mil palestinos morreram desde outubro de 2023 vítimas dos ataques israelenses. Dezenas de embarcações foram interceptadas e centenas de pessoas estão sem paradeiro.
“Foram interceptando os barcos maiores”, disse Viveiros à HispanTV. “Há casos em que eles usaram canhão de água antes de entrar. Tem caso em que eles jogaram algum tipo de gás. A gente não tem informe depois que eles sobem no barco”.
“A internet está caindo e voltando. Eles interferem na comunicação. Estão ao redor, passaram várias vezes. Quase atropelaram nosso barco, mas ainda não vieram aqui”, continuou o militantes.
Situação catastrófica
As forças de Israel não apenas cometem mortes na Faixa de Gaza, como também passaram a bloquear ajuda humanitária ao território palestino. A ONU afirmou, em 22 de agosto, que mais de meio milhão de pessoas em Gaza estão passando fome. Foi a primeira vez que a fome foi declarada no Oriente Médio.
Até o final de setembro, mais de 640 mil pessoas enfrentarão níveis "catastróficos" de insegurança alimentar, classificados como Fase 5 do IPC, em toda a Faixa de Gaza, alertou as Nações Unidas.
Tribunais internacionais
Uma representação legal da África do Sul levou Israel à Corte Internacional de Justiça, acusando o país do crime de genocídio. Paralelamente, em 2024, o Tribunal Penal Internacional expediu mandado de prisão contra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
Mesmo com a ordem judicial, Tel Aviv intensificou a ofensiva militar e passou a restringir o envio de ajuda humanitária destinada à população da Faixa de Gaza. Embora não esteja detido, Netanyahu enfrenta crescente isolamento diplomático, à medida que nações como Reino Unido, Canadá, Austrália, Portugal, França, Bélgica e Mônaco reconheceram oficialmente o Estado da Palestina.