HOME > Mundo

Centrais sindicais condenam Israel e exigem libertação de ativistas detidos em flotilha humanitária

Entidades pedem ao governo brasileiro medidas contra Israel após prisão de 12 cidadãos do país em missão rumo a Gaza

Centrais sindicais condenam Israel e exigem libertação de ativistas detidos em flotilha humanitária (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

247 - As principais centrais sindicais brasileiras divulgaram nesta quinta-feira (2) uma nota conjunta repudiando a ação do Estado de Israel contra a Flotilha Global Sumud, interceptada em águas internacionais. O movimento humanitário tentava levar alimentos, remédios e suprimentos essenciais à Faixa de Gaza, em protesto contra o bloqueio marítimo imposto por Tel Aviv.

A operação resultou na prisão de cerca de 500 ativistas de 44 países, incluindo 12 brasileiros. As entidades classificaram a interceptação como sequestro e denunciaram as violações de direitos humanos praticadas pelo governo de Benjamin Netanyahu.

Denúncia de genocídio e apelo à mobilização

No documento, os dirigentes sindicais afirmam que “o genocídio explícito em Gaza horroriza e envergonha a humanidade” e destacam a crescente revolta mundial diante das ações militares israelenses contra civis palestinos. Para os signatários, o episódio da flotilha reforça a gravidade da crise humanitária.

“Conclamamos nossas organizações sindicais e populares a promover manifestações e protestos em todo o país, exigindo a imediata e incondicional libertação dos sequestrados”, diz o texto assinado pelos presidentes da CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CSB, Intersindical, Pública, CSP-Conlutas e pela coordenação da Intersindical – Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora.

Reação de Israel

O governo israelense classificou a iniciativa como “provocação” e afirmou que nenhum dos barcos conseguiu violar o bloqueio naval. Em nota publicada pelo Ministério das Relações Exteriores, Tel Aviv declarou que “a provocação da Hamas-Flotilha Sumud terminou. Todos os passageiros estão são e salvos. Estão viajando rumo a Israel, onde serão expulsos para a Europa”.

Ainda de acordo com autoridades israelenses, os ativistas serão levados inicialmente ao porto de Ashdod, de onde seguirão para a prisão de Be’er Sheva antes da deportação. Quem aceitar a saída voluntária terá retorno imediato à Europa; os demais poderão enfrentar processo de expulsão forçada, estimado entre 48 e 72 horas.

Figuras internacionais entre os detidos

A flotilha reunia representantes de diversos países e personalidades de destaque. Entre os participantes estavam a ativista sueca Greta Thunberg, a deputada federal brasileira Luizianne Lins (PT) e parlamentares italianos. O objetivo era levar ajuda humanitária diretamente a Gaza, driblando o bloqueio marítimo considerado ilegal por organizações internacionais.

Os organizadores acusam Israel de ter interceptado os barcos em águas internacionais, sem jurisdição legal. A imprensa turca chegou a noticiar que a embarcação Mikeno havia entrado em território marítimo de Gaza, mas a versão foi desmentida pelo governo israelense.

Na nota, as centrais sindicais pedem ainda que o governo brasileiro atue de forma imediata para proteger seus cidadãos. Entre as reivindicações, está a adoção de medidas diplomáticas mais duras, inclusive a ruptura das relações bilaterais com Israel.

A carta é assinada por líderes de nove centrais, incluindo Sérgio Nobre (CUT), Miguel Torres (Força Sindical), Ricardo Patah (UGT), Adilson Araújo (CTB) e Antonio Neto (CSB), além de dirigentes da Intersindical, Pública e CSP-Conlutas.

Artigos Relacionados

Carregando anúncios...