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Manifestantes pressionam governo israelense em protestos nacionais por libertação de prisioneiros e acordo de cessar-fogo

Estradas foram bloqueadas em várias regiões, enquanto familiares de reféns exigem acordo para pôr fim à matança em Gaza

Manifestantes israelenses pedem prioridade para libertação de prisioneiros em poder do Hamas (Foto: Reuters)

247 - Milhares de pessoas saíram às ruas em Israel nesta terça-feira (26), em uma jornada nacional de protestos pela libertação dos reféns ainda mantidos pelo Hamas. As informações são do Times of Israel. Entre as ações, manifestantes se concentraram em frente às casas de ministros do governo e bloquearam rodovias em diferentes pontos do país.

Segundo a reportagem, os atos começaram no início da manhã e provocaram interrupções significativas no trânsito.

Em Ness Ziona, ativistas leram em voz alta os nomes dos prisioneiros diante da residência do ministro das Relações Exteriores, Gideon Sa’ar. Situação semelhante ocorreu em Hod Hasharon, onde dezenas de pessoas se reuniram em frente à casa do ministro da Educação, Yoav Kisch.

Em Jerusalém, a prima de Carmel Gat, morta em cativeiro, Shai Dickmann, discursou diante da casa do ministro de Assuntos Estratégicos, Ron Dermer. “Salvem-nos!”, gritou ao megafone, sendo acompanhada pelos manifestantes com buzinas e gritos de apoio. No mesmo dia, cartazes com rostos de prisioneiros foram usados para bloquear a passagem em frente à casa do ministro da Economia, Nir Barkat.

Estradas bloqueadas e mobilização nacional

As manifestações também atingiram importantes rodovias. A Rota 2, conhecida como Rodovia Costeira, foi bloqueada ao norte de Tel Aviv, enquanto as rotas 1 e 443 — que ligam Tel Aviv a Jerusalém — ficaram fechadas em alguns trechos. Outro bloqueio ocorreu na Rota 40, próximo a Rehovot.

Vozes das famílias: críticas a Netanyahu e cobrança por acordo

No epicentro dos atos, em Tel Aviv, familiares dos reféns realizaram um pronunciamento. Einav Zangauker, mãe de Matan Zangauker, criticou duramente o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu:

“Após 690 dias de guerra sem um objetivo claro, ficou evidente que Netanyahu teme apenas uma coisa — a pressão popular”, afirmou.

Itzik Horn, pai de Eitan Horn (ainda em cativeiro) e de Iair Horn (já libertado), acusou o governo de minar tentativas de acordo:

“O progresso de um plano para ocupar Gaza enquanto existe uma proposta de libertação de reféns sobre a mesa é uma facada no coração das famílias e da nação inteira.”

Já Yehuda Cohen, pai do soldado Nimrod Cohen, preso no início da guerra, ressaltou o apoio popular à causa:

“Mais de 80% dos israelenses querem o fim da guerra e um acordo pelos reféns. Todo o povo de Israel deseja o fim desse pesadelo.”

Contexto regional e tensões militares

Enquanto a população cobra soluções, a tensão militar segue alta. O ministro da Defesa, Israel Katz, afirmou que o exército de Israel (IDF) manterá posições no Monte Hermon, no lado sírio, como parte de um possível acordo de segurança com Damasco. Já a mídia síria relatou a morte de um civil em um ataque israelense na região de Quneitra, próximo à fronteira.

Na Faixa de Gaza, líderes cristãos anunciaram que padres e freiras permanecerão em seus conventos em Gaza para cuidar de civis incapazes de fugir da ofensiva militar iminente. “Abandonar essas pessoas seria uma sentença de morte”, afirmaram em comunicado conjunto os patriarcados Ortodoxo e Latino de Jerusalém.

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