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Macron diz a Trump que Israel não pode derrotar o Hamas apenas pela via militar

Presidente francês defende solução política e pressiona os Estados Unidos a usar sua influência para encerrar o conflito na Faixa de Gaza

O presidente francês Emmanuel Macron discursa durante reunião de chefes de Estado na sede das Nações Unidas em Nova York, EUA - 22/09/2025 (Foto: REUTERS/Eduardo Munoz)

247 – Durante encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Nova York, o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que a estratégia puramente militar contra o Hamas não trará resultados. A informação foi publicada pela agência russa TASS, com base em declarações feitas na presença de jornalistas no início da reunião entre os dois líderes.

Macron destacou que, embora Israel tenha eliminado líderes importantes do grupo, isso não reduziu a capacidade de mobilização do Hamas. “Israel matou os principais líderes do Hamas. Este é um grande sucesso, mas, ao mesmo tempo, há tantos militantes do Hamas quanto no primeiro dia. Isso não ajudou a eliminar o Hamas, é a abordagem errada. Portanto, precisamos de um processo abrangente, e estamos trabalhando muito para encontrar uma solução para o futuro”, afirmou o presidente francês.

Pressão sobre os Estados Unidos

Em entrevista anterior à emissora francesa BFMTV, publicada pouco antes da reunião com Trump, Macron foi direto ao afirmar que o presidente norte-americano não pode reivindicar o Prêmio Nobel da Paz enquanto não houver um fim para a guerra na Faixa de Gaza.

Segundo ele, os Estados Unidos têm o maior poder de influência sobre o conflito, já que seguem fornecendo armas utilizadas por Israel na ofensiva militar. “Washington precisa pressionar o governo israelense para alcançar a cessação das hostilidades, a libertação dos reféns que permanecem sob poder do Hamas e a abertura de corredores humanitários”, declarou Macron.

Contexto diplomático

As declarações de Macron se somam à pressão internacional por um cessar-fogo em Gaza, em meio à escalada da violência e ao agravamento da crise humanitária. O presidente francês busca colocar a diplomacia europeia em posição ativa, defendendo que a paz só pode ser alcançada por meio de negociações políticas e não exclusivamente pela força militar.

A postura também reforça as tensões diplomáticas entre aliados ocidentais, já que os Estados Unidos, sob o governo Trump, mantêm apoio incondicional a Israel, enquanto setores da Europa têm se mostrado mais críticos à condução da ofensiva.

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