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Itália pode entrar em greve geral após crime de Israel contra a Humanidade

Sindicatos convocam paralisação nacional em solidariedade à Frota Global Sumud e protestos se espalham após interceptação de navios com ajuda humanitária

Italianos protestam em apoio à Palestina e contra crimes de Israel contra a Humanidade (Foto: Reuters)

247 – A Itália vive uma escalada de tensões políticas e sociais após a interceptação militar de embarcações civis da Frota Global Sumud (GSF), que levavam alimentos e medicamentos à população de Gaza. A notícia, divulgada pela Reuters, provocou indignação em sindicatos e movimentos sociais, que classificaram a ação como um crime contra a Humanidade.

Em solidariedade à frota, a central sindical CGIL anunciou uma greve geral para esta sexta-feira (3), destacando a gravidade da agressão contra navios civis que transportavam cidadãos italianos. “A agressão contra embarcações civis que levavam cidadãos italianos é uma questão extremamente grave”, afirmou a entidade em comunicado. Outras organizações trabalhistas, incluindo a Unione Sindacale di Base (USB), também declararam adesão ao movimento.

Na noite de quarta-feira (1º), protestos já tomaram as ruas em várias cidades italianas. Em Nápoles, manifestantes invadiram a principal estação ferroviária e interromperam o tráfego de trens. Em Roma, a polícia cercou a Estação Termini após concentrações populares próximas às entradas.

A Frota Global Sumud é formada por mais de 40 embarcações civis com cerca de 500 parlamentares, juristas e ativistas de diversas nacionalidades. O objetivo é romper o bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza e entregar suprimentos básicos à população palestina. Apesar dos repetidos avisos israelenses para que recuassem, os navios insistiram na missão humanitária.

Além das manifestações urbanas, trabalhadores portuários da cidade de Gênova anunciaram que pretendem bloquear o porto, convocando manifestantes a se reunir às 22h (horário local) em uma das entradas principais. Nos últimos dias, estivadores já haviam impedido o atracamento e o carregamento de embarcações envolvidas em comércio com Israel.

O ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, declarou que recebeu garantias de seu homólogo israelense de que não haveria uso de violência contra os ativistas a bordo. No entanto, a ação militar contra a frota, denunciada por sindicatos e organizações de direitos humanos, reacendeu o debate sobre a cumplicidade internacional diante do bloqueio e da crise humanitária em Gaza.

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