Solidariedade internacional à flotilha humanitária cresce após repressão de Israel
Governos e movimentos sociais em todo o mundo condenam a ação militar israelense contra embarcações humanitárias rumo a Gaza
247 - A Flotilha Global Sumud, que transportava ajuda humanitária para a Faixa de Gaza, foi alvo de uma operação militar israelense em águas internacionais no Mediterrâneo oriental. Segundo os organizadores, pelo menos 13 embarcações foram interceptadas pelas forças israelenses, enquanto outras 30 ainda seguem viagem a cerca de 85 quilômetros da costa palestina. A repressão do governo sionista contra a missão humanitária é mais um crime contra a humanidade.
De acordo com informações divulgadas pela Telesur, a interceptação provocou forte repúdio internacional. Governos, sindicatos, organizações civis e cidadãos de diversas partes do mundo se manifestaram em defesa da integridade das pessoas a bordo da flotilha e exigiram respeito ao direito internacional.Entre as embarcações detidas estavam o Alma, o Adara e o Sirius, seguidos de outros dez navios, como o Aurora, o Dir Yassine e o Grande Blu. Em resposta, os organizadores reforçaram que “as interceptações ilegais israelenses não nos deterão. Continuamos nossa missão de romper o bloqueio e abrir um corredor humanitário”.
O Ministério das Relações Exteriores da Colômbia denunciou a detenção das cidadãs Luna Barreto e Manuela Bedoya, integrantes da flotilha, exigindo sua libertação imediata. A chancelaria colombiana também convocou outros governos — incluindo Brasil, Espanha, México, África do Sul e Turquia — a se unirem para proteger seus cidadãos.
O Brasil se posicionou contra a ação militar, destacando a presença de 15 brasileiros na expedição. O governo responsabilizou Israel pela segurança de todos os tripulantes e defendeu respeito às normas internacionais.
Na Venezuela, a chancelaria classificou a operação israelense como “um covarde ato de pirataria” e acusou o regime de Tel Aviv de atacar uma missão civil e pacífica que transportava 5.500 toneladas de ajuda humanitária.
Vozes contra o bloqueio e acusações de genocídio
Diversos países e movimentos sociais intensificaram a pressão internacional. Em Montevidéu, manifestantes afirmaram: “Não é uma guerra, é um genocídio”, em protesto contra a interceptação que deteve duas uruguaias presentes na flotilha. Capitais europeias como Roma, Berlim, Barcelona e Bruxelas também registraram atos contra a ação militar israelense.
Na Turquia, o governo classificou a operação como “ato terrorista” e destacou a preocupação com os efeitos negativos sobre os esforços de paz na região. Protestos ocorreram em frente à embaixada dos Estados Unidos em Ancara e reuniram centenas de pessoas em Istambul.
Líderes políticos se posicionam
O presidente da Bolívia, Luis Arce, afirmou que o episódio constitui “flagrante violação do Direito Internacional” e denunciou a política de “terrorismo de Estado” de Israel. Já o governo chileno, por meio da porta-voz Camila Vallejo, declarou que a flotilha conta com “todo o respaldo do Estado chileno” e acompanha de perto a situação das duas cidadãs do país que estavam a bordo.
Na Europa, a líder dos socialistas no Parlamento Europeu, Iratxe García, reforçou que a flotilha “não representa nenhum perigo nem ameaça para Israel” e defendeu a proteção dos ativistas.
Mobilização social e sindical
Além dos governos, movimentos sociais e sindicatos se manifestaram em solidariedade à Flotilha Global Sumud. A Confederação Geral Italiana do Trabalho (CGIL) classificou a operação israelense como “um golpe ao próprio ordenamento constitucional” e denunciou a violação dos direitos de cidadãos italianos que participavam da missão.
Estudantes em várias universidades italianas também se mobilizaram, ocupando instituições de ensino e exigindo o fim da cooperação acadêmica com Israel. A associação estudantil da Universidade de Pádua declarou: “Por Gaza, por Palestina, pela Flotilha Sumud. Fechemos universidades, cidades e o país”.
Continuidade da missão humanitária
Apesar da ofensiva israelense, os organizadores da flotilha garantiram que a missão segue em curso. Um porta-voz reiterou que “nossos esforços para chegar a Gaza continuarão até que o bloqueio israelense seja levantado”.
Enquanto novas embarcações ainda navegam rumo à costa palestina, cresce a mobilização internacional em defesa dos ativistas e da abertura de um corredor humanitário para a população de Gaza, que enfrenta graves restrições de acesso a alimentos, remédios e suprimentos básicos.