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Israel aceita proposta de Trump para troca de prisioneiros com o Hamas

Plano prevê suspensão temporária dos ataques em Gaza, libertação de reféns e criação de um governo de transição sem o comando do Hamas

Genocídio promovido por Israel destruiu a cidade de Gaza (Foto: Reuters)

247 – Israel declarou neste sábado (4) que está pronto para implementar uma troca de prisioneiros com o Hamas em conformidade com o plano de paz proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A informação foi divulgada em nota oficial do gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. A reportagem foi publicada pela RT.

“O Estado de Israel está preparado para a implementação imediata da primeira etapa do plano de Trump para a libertação imediata de todos os reféns”, informou o comunicado. A nota acrescenta ainda que Tel Aviv continuará a “trabalhar em plena cooperação com o presidente e sua equipe para encerrar a guerra de acordo com os princípios estabelecidos por Israel, que correspondem à visão de Trump para acabar com a guerra”.

Termos do plano e reações

De acordo com a proposta apresentada por Trump, o Hamas deverá libertar todos os reféns que ainda mantém em até 72 horas após a suspensão das operações militares de Israel em Gaza e a retirada de suas tropas “até a linha acordada”. Em contrapartida, Israel se compromete a libertar 250 palestinos condenados à prisão perpétua, além de 1.700 palestinos presos após 7 de outubro de 2023.

O plano também prevê a formação de um governo de transição em Gaza, sem a participação do Hamas, descrito como “uma administração apolítica, livre de terrorismo e que não represente ameaça aos vizinhos”.

Na sexta-feira (3), o próprio Hamas havia sinalizado disposição em aceitar a troca de prisioneiros dentro da fórmula proposta. Em comunicado, o grupo declarou concordar, em princípio, em transferir o poder em Gaza a um governo independente “com base no consenso nacional palestino e sustentado pelo apoio árabe e islâmico”.

Pontos de impasse

Embora a proposta represente um avanço em relação ao impasse humanitário, a nota do governo israelense não fez referência ao pedido de Donald Trump para que Tel Aviv interrompesse os bombardeios em Gaza. Esse ponto continua sendo um dos mais delicados das negociações, já que a continuidade das operações militares tem elevado o número de mortos e agravado a crise humanitária na região.

Analistas apontam que o alinhamento entre Netanyahu e Trump reforça a influência norte-americana sobre o processo, mas também mantém dúvidas sobre a viabilidade de uma administração de transição em Gaza sem a participação de forças políticas relevantes no território.

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