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Preparativos estão em andamento para diálogo interpalestino sobre o futuro de Gaza

Relatório do Egito confirmou as negociações para uma troca de reféns israelenses e prisioneiros palestinos entre o Hamas e Israel

Genocídio promovido por Israel destruiu a cidade de Gaza (Foto: Reuters)

247 - Autoridades do Egito confirmaram que estão em andamento preparativos para um diálogo interpalestino a fim de discutir o futuro da Faixa de Gaza, onde, segundo o Ministério da Saúde local, mais de 66 mil palestinos morreram vítimas dos ataques israelenses desde outubro de 2023.

De acordo com a emissora egípcia Al Qahera News, o relatório afirmou que estão sendo feitos preparativos para iniciar discussões sobre os termos de uma troca de reféns israelenses e prisioneiros palestinos entre o Hamas e Israel.

Na sexta-feira, o movimento palestino Hamas declarou estar pronto para libertar todos os reféns israelenses vivos e entregar os corpos dos mortos, de acordo com o plano do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Mais de 40 reféns estão em poder do grupo islâmico. 

Na segunda-feira (29), o presidente dos EUA apresentou uma proposta composta por 20 pontos para encerrar o conflito em Gaza. O documento prevê, entre outras medidas, a adoção imediata de um cessar-fogo e a libertação dos reféns em até 72 horas.

O plano também determina que o Hamas e outros grupos deixem de exercer qualquer tipo de papel na administração de Gaza, tanto de forma direta quanto indireta. Conforme a proposta, o território passaria a ser governado por um “comitê palestino de perfil técnico e sem vinculação política”, sob a supervisão de um conselho internacional liderado por Trump.

Números do genocídio

O genocídio começou em outubro de 2023. Além das ofensivas militares, Israel mantém bloqueios que impedem a chegada de ajuda humanitária, restringindo o acesso da população a alimentos e medicamentos. Em 22 de agosto, a Organização das Nações Unidas declarou que mais de 500 mil pessoas em Gaza passavam fome, sendo a primeira vez que a ONU reconheceu formalmente a ocorrência de fome no Oriente Médio.

Entre as medidas adotadas por Israel está a interceptação de embarcações que transportavam suprimentos ao território palestino. Essas operações deixaram mais de 400 pessoas desaparecidas.

Relatório da ONG internacional Oxfam apontou ainda que a intensificação das ações militares na Cidade de Gaza pode levar ao deslocamento forçado de quase 1 milhão de habitantes para chamadas “zonas humanitárias”, locais superlotados e sem condições adequadas de infraestrutura.

Posição do Hamas

O Hamas, ao comentar sobre o plano de Trump, não informou se aceitaria se desarmar e desmilitarizar Gaza — algo defendido por Israel e pelos Estados Unidos, mas já rejeitado anteriormente pelo movimento. 

Também não houve concordância quanto a uma retirada israelense gradual, em contraposição à exigência do Hamas de uma retirada imediata e completa, conforme relatos divulgados pela Reuters.

Em sua resposta ao plano do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o Hamas declarou que "aprecia os esforços árabes, islâmicos e internacionais, bem como os esforços do presidente dos EUA, Donald Trump, pedindo o fim da guerra na Faixa de Gaza, a troca de prisioneiros (e) a entrada imediata de ajuda", entre outros pontos.

O movimento afirmou ainda sua "aprovação da libertação de todos os prisioneiros de ocupação — tanto vivos quanto mortos — de acordo com a fórmula de troca contida na proposta do presidente Trump, com as condições de campo necessárias para implementar a troca".

O Hamas acrescentou: "Nesse contexto, o movimento afirma sua disposição de entrar imediatamente, por meio dos mediadores, em negociações para discutir os detalhes". O grupo também declarou estar pronto "para entregar a administração da Faixa de Gaza a um corpo palestino de independentes (tecnocratas) com base no consenso nacional palestino e apoiado pelo suporte árabe e islâmico".

Denúncias contra Israel em tribunais

A África do Sul levou Israel à Corte Internacional de Justiça, acusando o país de genocídio. No mesmo ano, em 2024, o Tribunal Penal Internacional decretou um mandado de prisão contra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

Mesmo após essas decisões, Tel Aviv intensificou suas ações militares e passou a impor fortes restrições à entrada de ajuda humanitária destinada à população da Faixa de Gaza. Fora da prisão, Netanyahu enfrenta crescente isolamento diplomático, já que nações como Reino Unido, Canadá, Austrália, Portugal, França, Bélgica e Mônaco oficializaram o reconhecimento do Estado da Palestina.



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